Dólar sobe pelo segundo dia seguido e fecha em R$ 5,19
Em meio à divulgação de indicadores contraditórios sobre o impacto econômico da pandemia de coronavírus, o dólar comercial voltou a subir e aproximar-se de R$ 5,20. A moeda encerrou esta terça-feira (14) vendida a R$ 5,191, com alta de R$ 0,005 (+0,1%).
A cotação operou perto da estabilidade durante toda a sessão, alternando momentos de alta e de baixa. Na máxima do dia, por volta das 12h30, a moeda encostou em R$ 5,21. A divisa acumula alta de 29,35% em 2020.
O Banco Central (BC) interveio no mercado. A autoridade monetária rolou US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
Bolsa de valores
As tensões no mercado de câmbio não se refletiram na bolsa de valores. Em alta pelo segundo dia seguido, o índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou o dia em 79.918 pontos, com ganho de 1,37%. O indicador seguiu as bolsas internacionais. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou esta terça com alta de 2,39%.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia de coronavírus. As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades.
Hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou que a economia global terá queda de 3% em 2020. Para o Brasil, os prognósticos são piores, com o organismo internacional projetando retração de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país).
Paralelamente, as exportações na China, primeiro país afetado pela pandemia, caíram 6,6% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda foi menor que o previsto. Paralelamente, estados norte-americanos e países europeus discutem planos para afrouxar a quarentena e as restrições sanitárias, o que indica que a pandemia está estabilizando-se.
Petróleo
As dúvidas sobre o acordo entre os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continuam a pressionar os mercados. No domingo (12), os membros do grupo fecharam um acordo para reduzir a produção global em 10 milhões de barris por dia em maio e junho. No entanto, a preocupação com a queda mundial da demanda provocada pela pandemia e a resistência de empresas e de governos a aderir ao acordo influenciam as cotações internacionais do barril.
A guerra de preços de petróleo começou há um mês, quando Arábia Saudita e Rússia aumentaram a produção, mesmo com os preços em queda. Há duas semanas, a cotação do barril do tipo Brent chegou a operar próxima de US$ 20, no menor nível em 18 anos. Segundo a Petrobras, a extração do petróleo na camada pré-sal só é viável para cotações a partir de US$ 45.
Por volta das 18h30, o Brent era vendido a US$ 30,07, com queda de 5,26%. As ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa, recuaram. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) desvalorizaram-se 0,69% nesta terça. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) tiveram queda de 1,18%.