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Economia

Programa Impressões entrevista o presidente da CNI, Robson Braga

Programa vai ao ar às 22h30 na TV Brasil
TV Brasil
Publicado em 17/05/2020 - 15:21
Brasília
Entrevista do presidente da CNI, Robson Braga, ao programa Impressões, da TV Brasil
© Divulgação - TV Brasil

O isolamento social para conter a disseminação do coronavirus provocou um revés inesperado no faturamento da indústria brasileira, que contava com bons resultados este ano. O alerta tem mobilizado o setor na busca por propostas para que, tanto o Governo Federal quanto as administrações estaduais, possam ajudar na sobrevivência dos negócios no país.
 
Ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar neste domingo (17), às 22h30, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, defendeu estratégias para facilitar a disponibilização mais rápida e eficiente de crédito e um planejamento para a retomada das atividades com maior previsibilidade para que a indústria se organize e consiga sobreviver.
 
“Nós temos que salvar as empresas agora, no momento em que estão doentes. Porque se deixarmos elas chegarem ao estado terminal, não tem salvação. Você imagina quanto que a sociedade, quanto que o país gastou para que essa empresa existisse? Esse estrago você não recupera depois”, disse.
 
Em março deste ano, o faturamento da indústria teve o o pior resultado para o mês dos últimos 18 anos. O setor, que iniciou o ano com a expectativa de crescimento, se viu diante de uma retração de 9,1% em relação ao faturamento de fevereiro.
 
“A gente acredita que vai haver um problema sério de recuperação judicial, de falências, de empresas que terão muitas dificuldades para se manterem no mercado. A grande necessidade que as empresas têm hoje é a questão financeira. Elas precisam de recursos para pagar salários, pagar fornecedores. É uma cadeia que precisa de capital de giro e de financiamento”, explicou.
 
Na conversa com a jornalista Katiuscia Neri,  Braga descreveu algumas propostas que a CNI tem apresentado ao Executivo, ao Congresso Nacional e a governos estaduais. Em um encontro recente com o  ministro da Casa Civil, Braga Netto, o empresário explicou como é importante para a indústria ter um planejamento da retomada das atividades.
 
Ele defende, por exemplo, testes em estados onde o impacto da covid-19 tem sido menor e cita Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além de cidades do interior. “Nossa proposta, sempre considerando que o fator mais importante hoje é a proteção da vida das pessoas, é de planejar de maneira organizada esse retorno por cidades, por setor, que emprega mais, por exemplo, por micro e pequenas empresas”, disse.
 
Robson Braga ainda apresentou uma pesquisa realizada pela CNI que aponta um cenário completamente novo em relação aos negócios que farão com que, na retomada das atividades, a economia de forma geral terá que se adaptar.
 
“Percebemos em alguns dados que está havendo mudança de comportamento e mudança de cultura das pessoas no Brasil. As pessoas não estão mais pensando em viagens de férias, elas perceberam a falta que faz elas não terem tido a preocupação com a formação de uma poupança para uma eventualidade como esta que estamos vivendo”, afirmou.
 
Para Braga, a concentração da importância do consumo sobre itens como alimentação, saúde e vestuário poderá impactar segmentos como o da indústria eletroeletrônica e automobilística, por exemplo. “Você muda toda uma cadeia. As pessoas estão pensando em um lazer que é muito diferente daquilo que era feito meses atrás. Você tem que mudar com um consumidor que está pensando de maneira diferente, com um consumidor que está pensando que precisa ter uma reserva”, afirmou.
 
Outra mudança que pode forçar alterações na condução dos negócios se refere ao cenário internacional. Ainda que alguns setores do governo tenham se dedicado sobre termos de acordos comerciais internacionais, Braga aposta em um mundo mais protecionista no pós-covid-19. “Vão tentar proteger suas economias, seu mercado e seus negócios. É preciso que saiba o que vai fazer, você não pode deixar sem planejar. Se não tem um planejamento, a indústria não se prepara. Mas, se eu sei que daqui a um ou três anos aquilo vai acontecer, você começa a se preparar”, concluiu.