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Economia

Norte e Centro-Oeste têm recuperação econômica mais intensa, diz BC

Expectativa é de maior crescimento no segundo semestre
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/08/2021 - 14:28
Brasília
Edifício-sede do Banco Central , Brasília, economia
© Agência Brasil

As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram recuperação econômica mais intensa no segundo trimestre do ano, na avaliação do Banco Central (BC), divulgada hoje (26) no Boletim Regional, publicação trimestral que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país.

“Regionalmente, observaram-se discrepâncias nas trajetórias de curto prazo, refletindo particularidades das estruturas econômicas locais e recuperação mais intensa no Norte e no Centro-Oeste”, diz a publicação.

De acordo com o BC, o conjunto dos indicadores da atividade econômica no país aponta sinais de continuidade da recuperação da economia, com a retomada do consumo das famílias, tanto de serviços como das vendas do comércio, após a flexibilização das medidas de restrição da pandemia e aumento da mobilidade desde o início de abril. Por outro lado, o setor industrial registrou retração da produção, repercutindo, em parte, a falta de insumos em determinados segmentos.

Nesse sentido, o comportamento da atividade econômica na Região Norte, ao longo de 2021, tem sido similar ao ocorrido no ano passado. Segundo o BC, como a região foi a primeira a sentir os impactos mais severos da pandemia, também foi a primeira na retomada. “A recuperação das vendas do comércio e do volume de serviços fica mais evidente à medida em que os casos de covid-19 diminuem”, diz o boletim.

Além disso, o patamar elevado das cotações das commodities minerais e agrícolas favorece o desempenho da região. O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Norte cresceu 2,4% no segundo trimestre do ano, influenciado pelo bom desempenho no Amazonas, que teve crescimento de 6,3%.

No caso do Centro-Oeste, o crescimento da atividade econômica no segundo trimestre foi impulsionado por comércio, construção civil e alguns serviços, associado à conjuntura favorável ao agronegócio e ao aumento das exportações. “As cotações elevadas dos principais produtos agropecuários proporcionam boa rentabilidade e geram demanda em outras atividades, como serviços de transporte, comércio e construção”, diz o BC.

O IBCR da região registrou expansão de 1,9%, recuperando-se da contração de 0,3% no primeiro trimestre do ano. Segundo a autarquia, no curto prazo, os piores resultados esperados para a segunda safra de milho devem repercutir no terceiro trimestre.

Outras regiões

Os indicadores econômicos do Nordeste também registraram evolução positiva no segundo trimestre, com aumento de 0,5% no IBCR. “A dinâmica favorável do mercado de trabalho formal, o retorno de programas de manutenção da renda e o avanço da mobilidade contribuíram para a melhora do desempenho da atividade econômica nordestina”, explicou o BC.

Os destaques vão para os setores de comércio, construção civil e serviços financeiros, em contraponto às perdas registradas na indústria, decorrente de falta de insumos e paradas programadas em determinados segmentos. Para o BC, com o avanço da vacinação contra covid-19, a atividade econômica deve ganhar ritmo no segundo semestre.

O aumento da mobilidade, associado em parte ao avanço da campanha de imunização, também contribuiu para a evolução das vendas do comércio ao longo do trimestre na região Sudeste. Segundo o Boletim Regional, o setor de serviços manteve expansão, em especial nos segmentos de informação, prestados às empresas e intermediação financeira. O IBCR da região avançou 0,7% no segundo trimestre.

“Prospectivamente, espera-se sustentação do crescimento da atividade econômica no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente. Entretanto, a expansão acontece de forma não homogênea, especialmente pela falta de insumos e pressões de custos em alguns setores”, diz a publicação.

Já a atividade econômica na Região Sul reduziu o ritmo de expansão no segundo trimestre, após três trimestres consecutivos de altas mais expressivas. O crescimento de 0,2% do IBCR foi condicionado pelos bons desempenhos de construção civil, comércio e segmentos da prestação de serviços, que compensaram a retração na produção industrial e a menor apropriação da safra de grãos no trimestre.

Segundo o BC, apesar dessa desaceleração, a expectativa é de maior crescimento no segundo semestre, “na medida em que ocorram alguma melhora no suprimento de insumos industriais e normalização do consumo dos segmentos mais afetados pela pandemia”.