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Economia

Confiança da indústria cai em dezembro em 28 setores, diz CNI

Na comparação com novembro, otimismo é maior em 23 setores
Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/12/2021 - 18:44
Brasília
fotos de indústrias,indústrias; fábricas
© CNI/José Paulo Lacerda/Direitos reservados

Levantamento divulgado nesta sexta-feira (17) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra queda no otimismo do empresário industrial em 28 dos 29 setores que compõem o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), em uma base de comparação de dezembro de 2021 com dezembro de 2020 – meses em que o décimo terceiro salário é pago, o que gera aumento das expectativas de consumo. Na comparação com novembro, no entanto, o nível de confiança sobe em 23 setores.

Segundo o gerente de Analise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o índice mede a confiança do empresário para os próximos seis meses e, no caso de dezembro, leva em conta também os efeitos que o décimo terceiro terá ao longo do período. “Dezembro é um mês diferenciado por isso”, disse ele à Agência Brasil.

Azevedo lembra que a situação em que o país se encontrava em dezembro de 2020 era ainda mais diferenciada por conta da expectativa de o auxílio emergencial pago pelo governo “dar um impulso grande” à economia. “Foi um momento atípico e uma série de estímulos à demanda que se refletiu em uma produção mais forte”, resume o gerente da CNI.

“A indústria estava atuando em nível acima do pré-pandemia por causa da situação das pessoas, que estavam direcionando parte do consumo a produtos industriais por conta do auxílio. Com isso, houve necessidade de retomada de estoques em um cenário em que a expectativa era de superação mais rápida da economia”, acrescentou Azevedo.

De acordo com o Icei – Resultados Setoriais de dezembro, 28 dos 29 setores pesquisados registraram queda de confiança, na comparação com dezembro de 2020, ainda que, em todos os casos, o índice se mantenha acima dos 50 pontos (margem que diferencia confiança de falta de confiança dos empresários para os seis meses subsequentes).

O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e outros foi o que mais caiu ( -10,9 pontos), passando de 64 para 53,1 pontos no Icei. “Nesse caso, temos de levar em consideração o fato de que, naquele momento [dezembro de 2020], as pessoas estavam mudando hábitos por causa do home office. Esse movimento, portanto, já aconteceu e agora está se revertendo”, explica Marcelo Azevedo. Em novembro de 2021, o Icei do setor estava em 51,4 pontos.

O segundo setor que mais caiu na confiança dos empresários, na comparação de dezembro de 2021 com dezembro de 2020, foi o de produtos têxteis (-8,9 pontos, passando de 62,4 para 53,5 pontos). Em novembro, o Icei desse grupo estava em 52,6 pontos.

O Icei do setor de celulose, papel e produtos de papel vem em seguida, com queda de 8,6 pontos na comparação entre o índice de dezembro de 2021 (55 pontos) com 2020 (63,6 pontos). Na comparação com novembro de 2021, quando o Icei estava em 53,4 pontos, o índice teve alta de 1,6 ponto.

Já o setor de máquinas e equipamentos teve queda de 8,2 pontos, na comparação com dezembro do ano passado, marcando agora 57,9 pontos (em novembro, o Icei ficou em 56,8 pontos). Produtos de material plástico e produtos de minerais não metálicos registraram, ambos, queda de 8 pontos ante dezembro de 2020.

O único setor em que o índice de confiança subiu, tendo como base de comparação dezembro de 2020, foi o de impressão e reprodução de gravações (3,5 pontos a mais, passando de 57,7 para 61,2 pontos). Em novembro último, o Icei do setor estava em 58 pontos.