Dólar tem maior alta em três semanas com juros nos EUA
As preocupações com os juros nos Estados Unidos e com o agravamento da guerra entre Rússia e Ucrânia provocou um dia de pessimismo no mercado financeiro global. Depois de três quedas seguidas, o dólar teve a maior alta diária em três semanas. A bolsa de valores caiu quase 2%, pressionada pelo mercado externo e pela indefinição em torno da troca de comando da Petrobras.
O dólar comercial fechou esta terça-feira (5) vendido a R$ 4,659, com alta de R$ 0,059 (+1,11%). A cotação chegou a abrir em queda, mas passou a subir assim que o mercado norte-americano começou a operar. Na máxima do dia, por volta das 11h45, a moeda chegou a ser vendida a R$ 4,67.
Essa foi a maior valorização diária desde 14 de março. Apesar da alta de hoje, o dólar acumula queda de 2,14% em abril. Em 2022, o recuo chega a 16,45%.
O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 118.885 pontos, com queda de 1,97%. O indicador operou em alta durante a manhã, mas desabou durante a tarde.
A perspectiva de prolongamento do conflito entre Rússia e Ucrânia azedou o mercado financeiro nesta terça. Após a revelação de centenas de corpos de civis numa cidade próxima a Kiev, que levanta suspeitas de crime de guerra contra a Rússia, parte dos investidores começa a apostar que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) poderá aumentar os juros em meio ponto percentual nas próximas reuniões, em ritmo mais intenso que o previsto.
Na última reunião, no fim de março, o Fed elevou os juros básicos em 0,25 ponto percentual. Juros mais altos em países avançados estimulam a fuga de capitais de economias emergentes, como o Brasil.
No mercado interno, a indefinição em torno da troca de comando da Petrobras continuou a pressionar a bolsa. Ontem (4) à noite, o economista Adriano Pires, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada para administrar a estatal, anunciou a desistência do cargo. As ações da Petrobras caíram 0,06% (papéis ordinários) e 0,28% (papéis preferenciais).
* Com informações da Reuters