Pais fazem torcida em local de prova para motivar candidatos atrasados a correr

Publicado em 09/11/2014 - 14:37 Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Minutos antes do fechamento dos portões da Universidade Paulista (Unip), no bairro do Jaguaré, zona oeste paulistana, uma fila de pais ansiosos formou-se na entrada do local, no segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para motivar os candidatos atrasados que despontavam na esquina do quarteirão. “Corre! Vai fechar!”, gritavam os mais exaltados. A motivação ajudou dezenas de concorrentes a entrar na Unip segundos antes dos portões fecharem.

A autônoma Vilma Cruz, 53 anos, veio acompanhar a filha e fez questão de ajudar, chamando os atrasados. “A gente fica nervosa quando vê que eles estão caminhando e o horário se aproxima. A gente quer que todo mundo consiga entrar e fazer a prova”, disse. A mãe pretende esperar as cinco horas e meia de prova em frente ao local. “É para apoiar. Sempre faço assim”, justificou. A filha Fernanda vai tentar mudar o financiamento estudantil, conseguindo um maior desconto.

Pelo menos cinco pessoas que faziam prova na Unip chegaram atrasadas para o Enem. Os portões fecharam pontualmente às 13h, horário de Brasília. Minutos após o fechamento, começaram a chegar os retardatários que reclamavam de dificuldades com o transporte público.

“Sai de casa às 10h50, mas tive que esperar mais de uma hora para o ônibus passar”, relatou Gabrielle Ribeiro, 18 anos, moradora do bairro da Freguesia do Ó. Ela já cursa jornalismo em uma unidade da Unip mais próxima de sua casa, mas pretendia conseguir uma bolsa com maior subsídio do governo. “Eu já tenho o Fies [Programa de Financiamento Estudantil], mas queria ver se consigo pagar menos”, explicou.

A demora do ônibus também foi o que prejudicou Gabriela Gondim, 19 anos. “Moro no Jaraguá, que nem é tão longe daqui, mas meu ônibus demorou mais de uma hora para passar”, relatou. Ela pretendia conseguir o certificado do ensino médio com o Enem. “Agora vou ter que esperar mais um ano. Estou frustrada”, lamentou.

Edição: Davi Oliveira

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