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Educação

Alunos de escolas privadas participarão da OBMEP; inscrições encerram hoje

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 31/03/2017 - 15:54
Rio de Janeiro

Encerram-se hoje (31) as inscrições para a 13ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), considerada a maior competição estudantil do mundo. No ano passado, o evento recebeu 18 milhões de inscrições de estudantes de 47 mil escolas. As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site . Esta será a primeira edição em que, além das escolas públicas, poderão se inscrever também escolas privadas, a partir da integração ao evento da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).

A OBMEP objetiva estimular o estudo da matemática e é destinada a estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e primeiro ao terceiro ano do ensino médio de todo o país, incluindo pessoas com deficiências física e visual. A competição foi criada em 2005, pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), e tem como parceira a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).

A coordenadora da OBMEP, Mônica Souza, disse à Agência Brasil que a expectativa é superar os números do ano passado. Há muitas solicitações de escolas que não estavam ainda na base da olimpíada. Até o momento, o número de escolas inscritas já ultrapassou a marca do ano passado, atingindo 48 mil unidades, e deve crescer mais com a participação das escolas particulares, apostou Mônica. Os alunos inscritos já equivalem ao número do ano passado. O total de inscritos deverá ser divulgado no próximo dia 10 de abril.

Mônica explicou que já havia uma demanda das escolas privadas para participar do certame. “Nós vimos que seria interessante alcançar as escolas particulares com essa nova abordagem da matemática. A gente acha que esses alunos também podem ter acesso a esse material. A gente quer fazer essa olimpíada para o Brasil inteiro”. Esclareceu que não haverá mudanças em relação aos incentivos concedidos para as escolas públicas. “Continuamos com todos os programas de valorização, mas a gente acha que é importante também alcançar os alunos das escolas particulares”.

Olimpíadas

A primeira fase da OBMEP 2017 ocorrerá no dia 6 de junho, quando todas as escolas receberão o material e as instruções para aplicação das provas. A coordenadora destacou que a OBMEP não se resume às provas. São enviadas instruções para as escolas para que os professores trabalhem depois as provas em sala de aula, com o objetivo de atender às necessidades dos alunos. Dessa primeira fase, saem cerca de 5% de estudantes classificados que farão uma prova dissertativa no dia 16 de setembro, já com vistas à premiação. Os resultados serão divulgados em 20 de novembro.

Mônica revelou que este ano está em vigor também o Programa de Iniciação Científica Júnior com os alunos premiados no ano passado na OBMEP. Há polos de atividades em todo o país e os professores estão trabalhando com material fornecido pela olimpíada.

No segundo semestre deste ano, em data ainda a ser definida, será feita a cerimônia de premiação dos ganhadores da OBMEP 2016. Dos quase 18 milhões de alunos que participaram da edição do ano passado, 6.502 ganharão medalhas, sendo 501 de ouro, 1.500 de prata e 4.501 de bronze. Além disso, serão entregue menções honrosas para 42.482 estudantes.

Na OBMEP 2016, houve um recorde na competição porque 99,6% dos municípios brasileiros tiveram inscritos. Mais de 90% das 47.474 escolas públicas participantes, das quais 123 escolas indígenas, levaram alunos para fazer as provas em cerca de 9 mil centros do país, de acordo com dados fornecidos pela assessoria de imprensa da OBMEP.

Biênio

Mônica Souza salientou que em 2017 e 2018, o Brasil vai celebrar o biênio da matemática. No final de abril deste ano, o IMPA vai promover o Festival da Matemática e pela primeira vez o Brasil será sede da Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, do nome em inglês), em julho. Além da IMO, o Brasil sediará o Congresso Internacional de Matemáticos, em 2018.

A partir de maio, terão início as cerimônias de premiação de medalhas de prata e bronze regionais, relativas à 12ª edição da OBMEP.

Segundo a coordenadora, houve um crescimento a cada edição do evento, em seus 12 anos de execução. “Todo ano a gente tem mais escolas se envolvendo na OBMEP. Isso é muito bom. A gente vê que está chegando às escolas a importância desse programa, que os professores se engajam, os pais cobram dos diretores que seus filhos se inscrevam para participar. A gente vem em um número crescente de escolas participando. A gente quer que todo mundo participe, quer que esse aluno seja despertado. Quando ele vê essa prova bonita, alegre, dinâmica, que não cobra somente tecnicamente o conteúdo, mas faz ele pensar, ter criatividade para resolver a questão, a gente vê muita gente despertada com isso”.

Observou que, muitas vezes, um certificado de menção honrosa muda todo o entorno de uma escola, bem como o envolvimento dos professores e gestores em função do ensino, aulas extraclasse, envolvimento dos pais. O objetivo, reiterou Mônica Souza, é contribuir para que o ensino da matemática melhore a cada dia. “É um processo longo e difícil, mas a gente já está vendo os frutos acontecendo. É neste sentido que a OBMEP quer colaborar”, concluiu.