De aposentados a treineiros, pessoas de todas as idades fazem o Enem
Por volta das 12h30, meia hora antes do fechamento dos portões, Suely Santos Mendonça já estava preparada para entrar para o segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aos 66 anos, a advogada aposentada resolveu voltar a estudar por ainda se sentir jovem. Ela busca uma vaga no curso de Letras.
“Gosto muito do mundo acadêmico e então agora tenho a pretensão de fazer tradução espanhol ou artes cênicas”, disse ela à Agência Brasil em frente ao local de prova, uma escola pública de Brasília. “Já tenho outras pós-graduações também, mas é bom fazer uma coisa diferente da área que a gente atuou”, acrescentou a advogada, que disse ter se preparado revisando provas antigas.
Já as amigas Luiza Guimarães e Grazi Marques, ambas de 16 anos, ainda estão no segundo ano do Ensino Médio e fazem o Enem pela segunda vez como treineiras. “Não é tanta pressão ainda, estou fazendo mesmo só para ver como é a prova”, disse Grazi, que pretende, no ano que vem, tentar uma vaga para o curso de Psicologia na Universidade de Brasília (UnB).
Aos 24 anos, Leticia Sette faz a prova pela terceira vez. Formada em Letras com especialização em japonês, ela agora deseja fazer uma segunda graduação e tentará uma vaga para o curso de Pedagogia em alguma universidade pública. Após ter gostado de seu desempenho no primeiro dia de provas, ela confessou estar mais preocupada com o segundo dia. “Não nego [risos]. Faz mais de cinco anos que realmente não estudo [exatas], porque meu curso não era focado nisso”, disse ela.
Ciências da natureza e matemática
Neste domingo (10), os participantes do Enem fazem provas de ciências da natureza e matemática. O exame é aplicado em 10.133 locais de 1.727 municípios brasileiros. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os portões foram fechados pontualmente às 13h, com início das provas às 13h30. O exame deve ser entregue até as 18h30.
Sem ocorrências
No Twitter, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse após a abertura dos portões, ao meio-dia, que todos os exames haviam sido entregues em seus respectivos locais de provas e que nenhuma ocorrência mais grave havia sido registrada até então. “Tudo certo, zero problemas”, escreveu o ministro.
Atrasados
No Rio de Janeiro, quando faltava um minuto para o fechamento dos portões da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Mateus Soares dos Santos entrou no local para participar do segundo dia de provas do Enem.
O sonho de conquistar uma vaga na universidade, contudo, ficou para uma próxima vez. Morador da Taquara, na zona oeste da cidade, Mateus, de 21 anos, queria fazer o curso de publicidade, mas não conseguiu encontrar sua carteira de identidade. Ele disse aos fiscais que o RG deve ter caído da carteira quando parou na pracinha perto da Uerj para comprar água.
Outras duas candidatas, as irmãs Juliana e Mariana, identificadas somente pelo primeiro nome, vieram do Caju, na zona portuária do Rio, e optaram por pegar um ônibus que as deixou em São Cristóvão, na zona norte. Daí, decidiram ir a pé até o bairro do Maracanã, onde está situada a Uerj. Foi o bastante para chegarem atrasadas, após o fechamento dos portões.
*Colaborou, do Rio de Janeiro, Alana Gandra