Coluna – As vozes, olhos e mãos que fazem a história do Maracanã

Fama do estádio cresceu com os craques da imprensa ao longo de 70 anos

Publicado em 09/06/2020 - 19:56 Por Sergio du Bocage, apresentador do programa No Mundo da Bola. A coluna do apresentador será publicada pela Agência Brasil semanalmente às terças-feiras. - Rio de Janeiro

Em 1948 o Maracanã não existia. Ainda sonhava em ser tão somente o Estádio Municipal. Em sua luta para crescer, tinha um forte aliado na imprensa esportiva: Mário Filho, o responsável pelo Jornal dos Sports, o famoso “Cor-de-Rosa”. Foi ele quem marcou o primeiro gol de placa, ao liderar a campanha para que o estádio da Copa de 50 fosse erguido ali no terreno onde antes havia o Derby.

No próximo dia 16, o agora estádio Jornalista Mário Filho, o nosso Maracanã, vai completar 70 anos. E nessa data, assim como em muitas outras passadas, serão feitas homenagens a quem “construiu” a mística do estádio. Quem fez mais gols, ou o mais bonito, o mais importante, a jogada mais plástica. Que jogo foi o mais emocionante? Que torcida fez mais festa? Quais foram as personalidades que estiveram no estádio? Quem usou o Maracanã para apresentar sua arte, que não fosse o futebol?

No entanto, quantos já pensaram naqueles que contaram todas essas histórias? Porque se não fossem os jornalistas e radialistas, fotógrafos, locutores, comentaristas, repórteres, cinegrafistas, colunistas e tantos outros profissionais de imprensa, como saberíamos o que aconteceu – ou não – lá dentro do velho Maraca?

O jornalismo esportivo entrou na história do estádio antes mesmo do futebol. E dá o nome a ele, tal a sua importância, poucas vezes valorizada. Por isso, resolvi me arriscar a fazer uma lista , tarefa ingrata e injusta. Por mais que você peça ajuda, pesquise, colha informações, busque critérios, sempre haverá discussões. Mas da mesma forma que são feitas relações dos craques da bola que por lá desfilaram, me senti no dever de fazer o mesmo com os personagens da imprensa esportiva. Vão faltar nomes, e desde já peço desculpas por isso. Mas ao menos muitos estão aqui. Que sejam representativos dos demais.

Maracanã, Rio de Janeiro
A imprensa sempre esteve presente nos momentos mais importantes do Maracanã - Tânia Rêgo/Agência Brasil

A lista

Começo pelo pessoal mais ligado ao jornalismo escrito, de onde era Mário Filho: Achilles Chirol, Antonio Maria Filho, Antonio Roberto Arruda, Armando Nogueira, Eliomário Valente, Fernando Calazans, Geraldo Romualdo da Silva, Haroldo Habib, João Areosa, João Antônio Gerheim, João Máximo, João Saldanha, José Dias, José Maria Scassa, Marcio Guedes, Márcio Tavares, Marcos Penido, Nelson Rodrigues, Oldemário Touguinhó, Renato Mauricio Prado, Roberto Porto, Sandro Moreyra, Sergio Noronha, Teixeira Heizer e Wilson de Carvalho.

Dos fotógrafos, hoje repórteres fotográficos, lembro de Alberto Jacob, Alcir Baffa, André Durão, Angelo Gomes, Aníbal Philot, Antonio Lacerda, Antonio Scorza, Ari Gomes, Carlos Moraes, Cleber Mendes, Eurico Dantas, Evandro Teixeira, Fernando Maia, Gervásio Baptista, Ivo Gonzales, Jair Mota, Jorge Willian, Julio Cesar Guimarães, Luiz Morier, Luiz Pinto, Marcelo Régua, Paulo Wrencher, Ronaldo Theobald, Sergio Moraes e Wilton Junior. Apesar de bem mais recentes, nessa história, muitos cinegrafistas merecem citação, como Alvaro Sant’Anna, Amaury Paulino, Carlos Trinta, Cléber Schettini, Cristóvão Brito, Daniel Andrade, Jorge Ventura, Josias Andrade, Marco Accioly e Roberto Araújo.

A lista da galera das rádios e TVs reúne nomes históricos: Alberto Léo, Antonio Cordeiro, Antonio Porto, Ari Barroso, Avelino Dias, Benjamim  Wright, Carlos Marcondes, Celso Garcia, César Rizzo, Clóvis Filho, Deni Menezes, Doalcei Camargo, Edson Mauro, Eraldo Leite, Espezim Neto, Galvão Bueno, Iata Anderson, Januário de Oliveira, Jorge Curi, José Carlos Araujo, José Cabral, José Cunha, José Roberto Tedesco, Kleber Leite, Loureiro Neto, Luciano do Valle, Luis Mendes, Luiz Penido, Mário Filho, Mário Silva, Mário Vianna, Oduvaldo Cozzi, Orlando Baptista, Oswaldo Moreira, Paulo César Tenius, Paulo Stein, Raul Longras, Ronaldo Castro, Rui Porto, Sebastião Pereira, Waldir Amaral, Waldir Luiz e Washington Rodrigues.

Chegamos ao fim? Não. E elas? Sofreram para ganhar espaço. O preconceito sempre foi cruel com as mulheres que quiseram, e ainda querem trabalhar com esporte, mais ainda com futebol. Marilene Dabus abriu o caminho, e depois dela vieram nomes como Aline Pacheco, Bruna Dealtry, Camila Carelli, Carla Matera, Cristina Dissat, Daniela Boaventura, Fernanda Gentil, Gabriela Moreira, Isabela Scalabrini, Karin Duarte, Maria Luiza Monteiro, Mariana Becker, Marluci Martins, Martha Esteves, Mylena Ciribelli, Patrícia Santos, Úrsula Nery e Vanessa Riche.

Agora sim, mas ciente de que esqueci muita gente. Parabéns a cada um de vocês. O Maracanã, o Templo do Futebol, certamente agradece.

Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil.

Edição: Verônica Dalcanal

Últimas notícias