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Esportes

Com desfalques na zaga, seleção feminina terá mudanças contra Canadá

Lesão de Kathellen é a mais grave: ligamento cruzado do joelho direito
Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional
Publicado em 23/02/2021 - 22:16
São Paulo
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© Sam Robles/CBF/Direitos Reservados

A técnica Pia Sundhage tem dois problemas para escalar a seleção feminina que enfrenta o Canadá na próxima quarta-feira (24), às 18h (horário de Brasília), pela terceira e última rodada do She Believes, torneio amistoso realizado nos Estados Unidos e que serve de preparação para a Olimpíada de Tóquio (Japão). A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou, nesta terça-feira (23), que as zagueiras Kathellen e Antônia se contundiram no treino de segunda-feira (22) e não estarão à disposição da sueca.

A lesão de Kathellen é a mais grave. Submetida a um exame de imagem, a zagueira da Inter de Milão (Itália) teve confirmada uma lesão do ligamento cruzado anterior do joelho direito. A defensora se manifestou em uma publicação na rede social Instagram e recebeu incentivo de várias companheiras. Entre elas, a lateral Letícia Santos, que sofreu a mesma contusão em março do ano passado, durante o Torneio Internacional da França.

Antônia, por sua vez, reclamou de dores no músculo anterior da coxa direita. O exame de ressonância pelo qual a jogadora do Madrid CFF (Espanha) passou identificou um leve edema no local. A atleta foi poupada dos treinos, mas segue com a delegação em Orlando (EUA), assim como Kathellen.

Mudança

Na derrota de 2 a 0 para os Estados Unidos, no último domingo (21), Kathellen foi a principal novidade na escalação de Pia, atuando improvisada como lateral-direita. Em entrevista coletiva na segunda-feira, a também zagueira Rafaelle explicou que a ideia da técnica era testar a polivalência do elenco, fortalecer o setor defensivo e liberar o lado esquerdo da defesa (onde atua Tamires, lateral de característica ofensiva) para atacar mais vezes.

Sem Kathellen e Antônia, Pia tem três zagueiras à disposição para encarar as canadenses. Uma opção é repetir a dupla Rafaelle e Tainara, utilizada na estreia (goleada por 4 a 1 sobre a Argentina) e repetir a estratégia adotada contra os EUA, com Bruna Benites fazendo a lateral-direita. Outras possibilidades são improvisar a lateral-esquerda Jucinara (que substituiu Kathellen no jogo passado, no segundo tempo) ou a meia Camilinha (titular diante das argentinas no lado direito defensivo).

“É uma questão importante, temos de encontrar respostas. Temos algumas soluções que passam não só pela lateral, mas o time inteiro. No fim das contas, a equipe indo bem faz com que quem jogue na lateral também vá bem. Amanhã [quarta-feira], vocês verão, possivelmente, duas diferentes soluções. Faremos, também, algumas mudanças no intervalo”, disse Pia, em entrevista coletiva por videoconferência nesta terça-feira.

Reencontro

O duelo desta quarta será o terceiro entre Brasil e Canadá na “era Pia”. Em novembro de 2019, pelo Torneio Internacional da China, a seleção canarinho goleou por 4 a 0, com gols da volante Formiga e das atacantes Bia Zaneratto (dois) e Chú. Em 10 de março do ano passado, pelo Torneio Internacional da França, as equipes empataram em 2 a 2 (a meia Marta e a atacante Ludmilla balançaram as redes). Resultado com gosto amargo para as brasileiras, que chegaram a ter 2 a 0 de vantagem.

“Creio que nossa defesa está melhor do que há um ano e o jogo pelos lados também. Vamos ver se conseguimos criar tantas chances quanto como contra os EUA, mas, desta vez, precisamos marcar os gols. Estou satisfeita com o time, e também acho que há coisas a melhorar. A palavra-chave é compactação [dita em português], com todas conectadas, na mesma página”, avaliou a sueca.

“O Canadá é um bom time, tem similaridades com os EUA. Jogam na pressão alta, têm atletas rápidas, dedicam-se 100% nas situações. Para derrotá-las, temos de nos posicionar bem e tomar boas decisões. O meio-campo é o coração do time e as jogadoras do setor precisam estar envolvidas. Se tivermos um bom trabalho na transição da defesa para o ataque, vamos nos livrar da pressão. É início de ano, há jogadoras que ainda não fizeram muitas partidas em 2021, então creio que podemos melhorar daqui para frente”, completou a treinadora.

O jogo diante do Canadá opõe duas seleções empatadas no ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Brasileiras e canadenses dividem o oitavo lugar com 1.958 pontos. Os EUA, atuais campeões mundiais, lideram com 2.192 pontos, com Alemanha (2091) e França (2032) completando o pódio. Também participantes do She Believes, as argentinas estão na 31ª posição, com 1.659 pontos.