Governador do Rio e Abraji lamentam morte de cinegrafista
O governador do Rio, Sérgio Cabral, lamentou a morte cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos. Ele foi ferido por um rojão, na quinta-feira (6), enquanto fazia a cobertura de uma manifestação contra o reajuste das passagens de ônibus, no centro do Rio de Janeiro. “O governador do estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do cinegrafista Santiago Andrade, que perdeu a vida no exercício profissional do jornalismo”, divulgou em nota.
De acordo com o governador, a liberdade de imprensa “é um bem que deve prevalecer como instrumento para o exercício do direito fundamental à informação”. Para ele, o direito de manifestação é fundamental para a democracia, mas condenou a violência durante o protesto e a classificou de inaceitável. “O diálogo entre cidadãos e Poder Público é o caminho para o aprimoramento da sociedade”, completou.
O governador concluiu a nota dizendo que a autoria do crime está sendo investigada. “O estado se solidariza com a família de Santiago. E busca, observando o devido processo legal, a autoria do crime para que o responsável possa ser submetido à Justiça”, disse.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também lamentou a morte cerebral do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade e se solidarizou com familiares, amigos e colegas do profissional. “Santiago foi ferido na cabeça por um rojão na noite de quinta-feira. Ele cobria uma manifestação, na região central do Rio de Janeiro contra aumento das passagens de ônibus. A investigação da polícia aponta manifestantes como os responsáveis pela compra e disparo do rojão”, disse a entidade em nota.
Para a Abraji, esse é o primeiro caso de morte envolvendo jornalistas atacados durante os protestos de rua no país, mas destacou que os incidentes têm se multiplicado. “Desde junho de 2013, a Abraji alerta para a escalada de violência e violações contra profissionais da imprensa”, destacou.
Segundo a entidade, desde que os protestos começaram, até o anúncio da morte de Santiago, houve 117 casos de agressão ou hostilidade, tanto por manifestantes quanto por policiais, e de detenção de jornalistas. “A violência sistemática contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. É preciso que o Estado identifique, julgue e puna os responsáveis pelos ataques”, acrescentou a diretoria da Abraji na nota.