Índice de desistência do Mais Médicos é “mínimo”, diz ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, minimizou a questão da saída da médica cubana Ramona Matos Rodríguez do Programa Mais Médicos. Em entrevista coletiva concedida hoje (5), ele elogiou o programa e encarou com naturalidade a desistência da profissional. “O programa é sério, foi profundamente debatido, e o grande problema é que se transforma em um espetáculo uma situação absolutamente normal de desistência”, afirmou.
De acordo com o ministro, o índice de desistência de médicos cubanos é “mínimo” diante do número de profissionais que desembarcaram no Brasil e continuam trabalhando. Ele informou que, dos 5.378 médicos vindos de Cuba, 17 saíram do programa por motivos de saúde e cinco por razões pessoais. Chioro disse todos voltaram para Cuba.
“O grau de desistência é mínimo. Temos cinco profissionais cubanos que quiseram ir embora. Já estão em Cuba e já foram substituídos. Eles alegaram motivos pessoais, o que poderia ter sido feito por essa médica. Não foi o caso. Ela sequer conversou com a prefeitura [de Pacajá, no Pará], pelo que nos foi reportado”, acrescentou Chioro.
Sobre a alegação de Ramona de que recebia US$ 400 (pouco mais de R$ 900) por mês, muito menos do que profissionais de outros países que fazem parte do programa, o ministro explicou que trata-se de um acordo entre a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com a qual o Brasil firmou acordo de cooperação para o Mais Médicos, e o governo cubano.
“Os termos da relação de trabalho são estabelecidos entre a Opas e o governo de Cuba. São funcionários públicos do governo cubano que estabelecem sua relação de trabalho entre o governo de Cuba e a Organização Pan-Americana, à semelhança do que faz o processo de cooperação internacional da Opas em mais de 60 países”, explicou o ministro.
Em nota, o DEM, partido que abriga a médica na sala de sua liderança, na Câmara dos Deputados, informou que Ramona entraria ainda hoje com pedido de refúgio no Conselho Nacional de Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça.
A assessoria do Ministério da Justiça informou, no entanto, que o pedido ainda não estava no Conare e que “dificilmente” chegaria ainda nesta quarta-feira, uma vez que teria que passar antes pela Polícia Federal.