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Polícia Legislativa encaminha à carceragem homem que atirou em frente ao STF

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/02/2014 - 18:00
Brasília

 

O Departamento de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados (Depol) encaminhou esta tarde o caseiro Abdias Soares, de 72 anos, para a carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal indiciado por porte ilegal de armas e disparo em via pública. Abdias Soares disparou quatro tiros com um revólver calibre 38 na Praça dos Três Poderes, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal.

Logo depois de fazer os disparos para o alto, o caseiro guardou o revólver na mochila e tentou entrar na Câmara pela portaria do Anexo 4. Neste momento, ele foi preso em flagrante e prestou depoimento no Depol.

Abdias Soares falou com a imprensa e disse que deu os tiros para “chamar a atenção” porque vem enfrentando processos na Justiça e não consegue ser ouvido pelo Poder Judiciário. Ele garantiu que não tinha a intenção de ferir ninguém. “Eu queria chamar a atenção da Justiça para ver se ela me ouve. Eu fui à promotoria quatro vezes e eles, nem a Polícia Civil, não quiseram nem fazer boletim de ocorrência”, disse.

O caseiro não explicou porque quer ser ouvido pela Justiça. Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara disse que os agentes do Depol informaram que Soares aparenta ter problemas psiquiátricos. “Ao prestar depoimento, não apresentou sinais de embriaguez. No entanto, segundo os investigadores, ele aparentou ter algum distúrbio psiquiátrico. Não cabe, porém, ao Departamento de Polícia da Câmara confirmar tal distúrbio. Um laudo deverá ser pedido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios [TJDFT] para verificar a existência de um eventual problema de saúde mental”, diz o texto divulgado pela Câmara.

Aos policiais legislativos, Abdias Soares disse que o revólver foi adquirido em Santo Antônio do Descoberto, mas segundo dados do Sistema Nacional de Armas do Ministério da Justiça (Sinarm), ele está registrado em nome de uma empresa de segurança de Pernambuco.  O caseiro disse que pagou R$ 1,5 mil pela arma e que comprou para defesa pessoal.

Antes de seguir para a carceragem da Polícia Civil, o caseiro passará pelo Instituto Médico-Legal para fazer exames que comprovem que ele não sofreu agressões na Câmara dos Deputados. Ele próprio declarou que foi bem tratado. “Eu queria agradecer aos policiais porque eles me trataram muito bem. Eles não me trataram como prisioneiro, me trataram como hóspede, me deram almoço”, disse.

Se a Justiça decidir manter Abdias Soares preso, o Departamento de Polícia Legislativa terá até dez dias para encaminhar o inquérito sobre ele ao TJDFT. Se ele for responder ao processo em liberdade, o prazo para encaminhamento do inquérito aumenta para 30 dias.

O caseiro disse que nasceu em Itapemirim (ES) e que mora e trabalha na cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), no entorno de Brasília, há cerca de 15 anos. Ele não concluiu o ensino fundamental e não tem parentes morando na cidade goiana