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Sindicato dos Jornalistas culpa Estado pela agressão a cinegrafista no Rio

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/02/2014 - 13:28
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Cinegrafista da TV Bandeirantes é  ferido em protesto contra aumento de passagem de ônibus. Ele está internado em estado grave (Reprodução/TV Brasil)
© Reprodução TV Brasil/Gabriel Penchel

O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro responsabilizou hoje (7) o Estado por omissão no caso da agressão ao repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Santiago Idílio Andrade. Ele foi atingido ontem (7) por um artefato explosivo, enquanto fazia a cobertura de um protesto no centro do Rio. A situação do cinegrafista é grave, ele passou por cirurgia e permanece internado.

As últimas imagens de Santiago na manifestação, capturadas pela BBC Brasil, mostram que o cinegrafista estava sozinho e não usava equipamentos de segurança. Para a presidenta do sindicato, Paula Máiran, embora a emissora tenha que ser responsabilizada pelo ocorrido, é tarefa do Estado fiscalizar os canais de TV, que são serviços públicos, e assegurar a proteção aos jornalistas.

Rio de Janeiro - Policiamento é reforçado por causa de protesto contra aumento de passagem na Central do Brasil (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Policiamento é reforçado por causa de protesto contra aumento de passagem na Central do Brasil, no Rio de JaneiroFernando Frazão/Agência Brasil

“Estamos, desde o ano passado, apontando a falta de políticas públicas para garantir o exercício do jornalismo em segurança. Entre elas, a responsabilidade da autoridade de segurança pública e das empresas”, disse. Segundo Paula, jornalistas continuam sendo enviados às ruas sem equipamentos de proteção e em condições de vulnerabilidade.

“A Bandeirantes explora uma concessão pública que deve ser fiscalizada pelo Estado. Mesmo que a responsabilidade seja, em primeiro lugar, da empresa”, completou Paula.

A presidenta do sindicato lembrou que, desde 2013, o sindicato denuncia agressão a jornalistas em protestos e identificou 49 vítimas. Um documento com todos os casos chamando atenção para o problema foi entregue aos órgãos legislativos e à Secretaria de Segurança Pública do Rio, uma vez que boa parte dos agressores é formada por policiais.

Paula Máiran revela também a dificuldade de obrigar as empresas a fornecer equipamentos de segurança aos jornalistas e conta que as emissoras querem retirar esse item do contrato de trabalho. “A conjuntura nos prova que, em vez de retirar, nós temos que aprimorar as cláusulas de segurança”, declarou a presidenta do sindicato.

A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com o Sindicato das Empresas da Radiodifusão do Estado para comentar as negociações. Já o Grupo Bandeirantes não se pronunciou sobre as críticas do sindicato.

A Polícia Civil investiga a agressão a Santiago e deve solicitar imagens de outras emissoras. A Polícia Militar não se pronunciou sobre o ocorrido.

Parte das testemunhas do episódio dizem que o explosivo que atingiu o jornalista partiu dos policiais. Há ainda aqueles que afirmam que o artefato estava em poder dos manifestantes.