Dilma defende gastos em mobilidade nas cidades médias para evitar crise urbana
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (13), em solenidade no Palácio do Planalto, que o Brasil está atrasado em relação à implantação de obras de mobilidade urbana e que os governos precisam investir no setor para evitar que cidades médias tenham problemas na área, como ocorre com as metrópoles. "Estamos tentando nos atualizar, estamos fazendo no século 21 o que deveríamos ter feito no século 20, não são obras que estão ajustadas no tempo. Estamos atrasados porque não fizemos aquilo que tínhamos que ter feito em algumas cidades", avaliou.
O governo anunciou hoje a liberação de R$ 3,8 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana para sete cidades brasileiras. Os investimentos vão financiar projetos em Brasília, Goiânia, Palmas, João Pessoa, Campo Grande, São Luís e Natal.
Segundo Dilma, os investimentos do governo em transporte público e mobilidade urbana nos últimos anos também têm que ter caráter preventivo, para evitar que os problemas das cidades grandes se repitam em município de pequeno e médio porte.
"Nas médias cidades, nós temos que tomar providências e investir para que elas não cheguem a ter os problemas que as grandes tiveram no passado. Por isso, constatar que estamos atrasados não é para a gente ficar criticando o passado, é para a gente perceber que no presente temos de dar conta para que no futuro não digam isso das cidades médias".
Durante o discurso, Dilma convocou governadores e prefeitos a apresentar projetos e, principalmente, manter as obras iniciadas no prazo. "Conto [com vocês] para que as obras comecem imediatamente. Porque, como temos um atraso histórico, que não é culpa dos agentes que hoje dirigem o Brasil - mas têm essa herança que recebemos - temos que correr atrás do tempo. Vamos ter que diminuir essa defasagem que existe entre as necessidades da população e os investimentos", disse.
Durante o anúncio, Dilma também destacou que os projetos de mobilidade, além dos benefícios relacionados à qualidade do transporte, têm consequências na produção de equipamentos e na geração de empregos.
"É preciso tratar os programas de mobilidade com o sentido que eles têm, de desenvolver a cidade e também o país. Uma obra de mobilidade essencial também implica uma outra questão, ela cria uma demanda para a produção de equipamentos no Brasil: de metrôs, de ônibus, equipamentos que são necessários e implicam geração de emprego".
Governador do Distrito Federal, uma das unidades da Federação beneficiadas hoje, Agnelo Queiroz disse que o PAC resultou em uma "mudança cultural e de comportamento" no país. Segundo ele, parte dos recursos será usada para ampliar o Expresso DF (sistema de corredores exclusivos de ônibus), que tinha a implantação prevista para apenas uma região de Brasília.
Entre as obras beneficiadas com os recursos anunciados hoje também está a implantação de veículos leves sobre trilhos (VLTs) de Goiânia e de Natal.