SP: manifestantes de movimentos por moradia pedem aprovação de plano diretor
Cerca de 400 manifestantes do movimento por moradia, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), passaram a noite em frente à Câmara Municipal, no centro da capital paulista, para reivindicar a aprovação do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo. Eles chegaram ao local ontem (29) por volta das 13h para pressionar os vereadores a aprovarem a lei, que é revista a cada dez anos e orienta o desenvolvimento urbanístico da cidade. Além das pessoas que dormiram em barracas na rua, cerca de 50 dormiram na galeria do plenário.
A votação do plano foi retomada agora pela manhã, por volta das 10h15. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, a sessão foi suspensa logo em seguida para a retomada do congresso de comissões, seguindo o rito legislativo para votação da proposta. Em seguida o documento volta a ser discutido pelos vereadores.
Caso seja aprovado, o projeto passará ainda por uma segunda votação em plenário. O movimento por moradia espera que a aprovação final ocorra até o final de maio.
Evaniza Rodrigues, integrante da União do Movimento de Moradia, explicou que o projeto em discussão atende a maior parte das propostas dos movimentos sociais. "Especialmente na configuração das Zeis [Zona Especial de Interesse Social], a cota de solidariedade e instrumentos para coibir a especulação imobiliária", explicou. Ela avaliou que a suspensão da votação ontem ocorreu por uma manobra política para obstruir a votação. Com receio de que o projeto pudesse ser votado na madrugada, os manifestantes decidiram permanecer no local.
Ontem, após suspensão da sessão, houve confronto com policiais militares. Em protesto, os manifestantes colocaram fogo em pneus e lixeiras. A PM reagiu com jatos de água e bombas de gás.