Para coordenadora da Marcha das Margaridas, movimento já coleciona conquistas

Publicado em 11/11/2014 - 20:59 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Às portas de sua quinta edição, a Marcha das Margaridas começa a se articular novamente. O movimento de mulheres trabalhadoras do campo promoveu hoje (11), em Luziânia (GO), o lançamento da próxima marcha, prevista para os dias 11 e 12 de agosto de 2015. De acordo com a coordenadora-geral do movimento, Alessandra Luna, a marcha coleciona conquistas importantes desde sua criação, em 2000.

“O Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural [PNDTR] foi uma das conquistas da marcha. Para que as mulheres pudessem acessar outras políticas públicas e terem sua autonomia econômica, foram 2 milhões de mulheres documentadas pelo PNDTR. Além disso, atualmente a documentação de mais de 70% de terras têm como primeiro titular a mulher, isso é uma conquista imensa”, destacou.

Alessandra citou ainda a implantação das unidades móveis de atendimento às mulheres do campo. Essas unidades circulam pelas áreas rurais prestando serviços de segurança pública, assistência social, jurídica e psicológica a mulheres vítimas de violência. “Já é uma das provas da importância da política contra violência chegando lá no campo”, disse.

A coordenadora-geral ressaltou, no entanto, que existem reivindicações antigas ainda não atendidas. Uma delas trata da assistência técnica para as trabalhadoras do campo. Técnicos agrícolas vão às unidades rurais ouvir quais são as necessidades daquela produção para, posteriormente, elaborar um projeto que extraia o melhor possível dentro do perfil encontrado. Segundo a coordenadora da marcha, a condição de atendimento dado às mulheres não é o ideal. “A gente continua na briga da assistência técnica, é uma luta antiga. A mesma condição de atendimento dado aos homens tem que ser dado também às mulheres”.

Alessandra acredita, no entanto, que a Marcha das Margaridas adquiriu uma visibilidade que permite que ela represente causas históricas de todas as mulheres, do campo e da cidade. A prova disso é que os organizadores da marcha a definem como “uma ação de mulheres trabalhadoras do campo e da floresta, integrantes de sindicatos e de movimentos feministas e de mulheres”.

“Hoje várias mulheres nos perguntam quando será a próxima marcha, porque também querem participar. A pauta da marcha transcende a questão rural, é uma agenda da autonomia econômica e social da mulher. Uma das maiores conquistas é dar visibilidade à mulher e, no caso das mulheres rurais, que eram vistas como incapazes de construir sua própria história”.

De acordo com a organização da marcha, a última edição reuniu 70 mil mulheres e a expectativa para a edição de 2015 é mobilizar mais de 100 mil trabalhadoras.

Edição: Fábio Massalli

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