Ir à praia antes da festa da virada do ano exige cuidados com a saúde

Publicado em 31/12/2014 - 17:12 Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil* - Rio de Janeiro

Banhistas combatem calor intenso com banho de mar na praia de Ipanema no último dia de 2014 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Banhistas combatem calor intenso com banho de mar na Praia de Ipanema, no último dia de 2014              Fernando Frazão/Agência Brasil

Passar o dia na praia e emendar o programa com a festa da virada do ano é o programa ideal para milhares de cariocas e turistas no último dia de 2014. Com o sol forte, as altas temperaturas e a sensação térmica chegando aos 52 graus Celsius (°C), como ocorreu ontem (30), o programa  pode representar um risco para a saúde, caso os banhistas não tomem as devidas precauções.

Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras de sol e de águas-vivas, micoses e câncer de pele, entre outros problemas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a exposição ao sol deve ser evitada entre as 10h e as 16h, e as barracas de praia devem ser de algodão ou lona, tecidos que absorvem 50% da radiação ultra-violeta. Os dermatologistas também recomendam a aplicação diária de filtro solar, e não somente nos momentos de lazer.

Já os oftalmologistas alertam para os riscos da exposição prolongada dos olhos aos raios solares, sem a proteção adequada. O uso de bonés e de óculos escuros de qualidade, com proteção contra as radiações ultra-violeta, são a melhor garantia contra o surgimento de doenças como cataratas e irritações na córnea, como a ceratite actínica. Os sintomas são vermelhidão, dor e sensação de areia na vista.

Banhistas combatem calor intenso com banho de mar na praia de Ipanema no último dia de 2014 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Calor leva muitos turistas à praia, muitos sem os devidos cuidados de proteção à pele e aos olhos Fernando Frazão/Agência Brasil

Outra doença oftalmológica causada pela exposição excessiva ao sol é o pterígio, alteração na membrana que recobre o olho, caracterizada pelo crescimento de uma massa vermelha na direção da córnea, causando desconforto. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Marcus Sáfady, “a pessoa que apresentar esses sintomas deve procurar um oftalmologista, que vai indicar um colírio adequado e, se for o caso, um procedimento cirúrgico”.

Com termômetros na casa dos 35°C, as praias de Copacabana e Ipanema estavam lotadas nesta quarta-feira, ao meio-dia. O mar sem ondas e cristalino era um convite à prática de stand up paddle, modalidade em que os praticantes ficam de pé remando sobre uma prancha de surf. Algumas pessoas aproveitaram também para passear de jet ski, em uma faixa um pouco mais afastada dos banhistas.

Moradora de São Paulo, a enfermeira Jane Leite veio visitar os primos e se preparou para enfrentar o calor, que, segundo, ela, está parecido com o de São Paulo. “Eu passo protetor solar de três em três horas, tomo bastante água e uso chapéu e óculos escuros. Geralmente, no rosto eu uso protetor solar com cor, que vem com base, porque protege mais, principalmente em São Paulo, que tem mais poluição. No corpo é com fator 60. Para as crianças, o mais recomendável é protetor e o máximo de água que puder consumir, água de coco, nunca refrigerante, que não faz bem.”

Pela primeira vez no Brasil, a japonesa Akiko Kato veio visitar uma amiga em Londrina (PR) e passa dez dias no país. “Estou gostando muito, vim para o réveillon no Rio. O céu é muito bonito, mas muito quente. É legal para férias, mas não para todo dia. Eu uso protetor solar, óculos de sol, bebo muita água e me cubro. Espero ir a Copacabana, mas não temos o bilhete do metrô e estamos no centro. Amanhã vamos para as Cataratas do Iguaçu”, contou.

Já acostumado com o calor, o operador de turismo Márcio Vieira da Rosa procura não ficar muito tempo exposto ao sol. “Eu fico pouco na praia, venho, fico meia hora, uma hora, e já vou embora. Passo protetor às vezes. E limonada ou água para refrescar.”

Quem trabalha na praia também precisa se cuidar, como o vendedor Natan Felipe. “Eu vendo protetor e bronzeador, mas o pessoal prefere mais o bronzeador mesmo. Eu passo protetor solar e bebo bastante água”. Marcos Antônio vende bebidas na praia há 19 anos e segue a mesma cartilha. “Eu fico das 10h até umas 16h. A única coisa que a gente faz é passar protetor. E beber muita água.”

*Colaborou Paulo Virgilio


Fonte: Praia antes da festa da virada do ano exige cuidados com a saude

Edição: Stênio Ribeiro

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