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Meio Ambiente

Ato público no Rio chama atenção para reuso da água na agricultura

Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 21/03/2015 - 15:45
Rio de Janeiro

Na véspera do Dia Mundial da Água, que será comemorado amanhã (22), um ato público realizado na manhã de hoje (21), na Feira Orgânica e Cultural do bairro da Glória, zona sul do Rio, chamou a atenção sobre os benefícios da reutilização da água.

Promovido por ambientalistas e pelo deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc (PT), a manifestação foi realizada na feira para ressaltar a importância de uma parceria ecológica com a agricultura familiar e orgânica.

O presidente da Comissão de Combate às discriminações e aos Preconceitos de Cor, Raça, Etnia e Procedência Nacional, Carlos Minc debate a discriminação de povos de terreiros (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Para o ex-ministro Carlos Minc, tecnologia simples pode contribuir para conservação da águaTomaz SilvaAgência Brasil

Com um kit ecológico, formado por uma mangueira com furinhos acoplada a um galão de água, os ambientalistas irrigaram canteiros de hortaliças pelo sistema de gotejamento de água, demonstrando, na prática, a simplicidade do método para economizar água na agricultura.

Segundo Minc, 70% da água no Brasil destinam-se aos setores de agricultura e pecuária. Do restante, 20% são para indústria e 10% para consumo humano. "Se usássemos sistemas de reuso de água de chuva e de gotejamento em irrigação, por exemplo, poderíamos economizar 80% da água hoje utilizada na agricultura." 

“Quando usa muito mais água do que é necessário, você 'lava o fundo de fertilidade' da terra, tirando dela muitos elementos importantes para a própria agricultura”, ressaltou.

Para o ex-ministro, neste momento de carência de água, particularmente no Sudeste brasileiro, o emprego de tecnologia simples e barata de gotejamento pode contribuir para o país conservar melhor “esse bem maior da vida”.

Ele lembrou que não se pode igualar, em matéria de consumo de água, o agronegócio com a agricultura familiar e orgânica, “responsável por apenas 10% do montante de água utilizado anualmente pela agropecuária no Brasil”.

Minc, que também já foi secretário do Ambiente do Rio, durante o governo de Sergio Cabral, elogiou o acordo de gestão compartilhada da Bacia do Rio Paraíba do Sul, firmado ontem (20) pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com a Agência Nacional de Águas (ANA).

“Foi o acordo possível. Na verdade, os três estados têm culpa no cartório. Todos desmatam as margens dos rios, jogam neles esgotos sem tratamento, desperdiçam água, mas não se pode transformar a questão ambiental em guerra de torcidas, estado contra estado. Você tem de aproveitar um momento como esse e fazer projetos comuns de tratamento de esgoto, reflorestamento das margens, além de evitar jogar lixo químico nos rios”, acrescentou.

* Colaborou Dylan Araújo, da Radioagência Nacional no Rio de Janeiro