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Primeira UPP da Maré será inaugurada um julho, diz secretário

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/04/2015 - 17:56
Rio de Janeiro
A Polícia Militar dá início ao processo de transição com a Força de Pacificação no patrulhamento do conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, confirmou hoje (27) que a primeira das quatro unidades de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré será inaugurada em julho. No dia 1º de maio, haverá uma ação de reforço policial no local, em continuidade à substituição gradual do efetivo do Exército por policiais militares. Desde abril do ano passado, 3 mil homens e carros blindados das Forças Armadas estão no conjunto de favelas, na zona norte do Rio.

O comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Alberto Pinheiro Neto, detalhou a ação prevista para o Dia do Trabalho, quando serão ocupadas as favelas Nova Holanda e Parque União, dentro da Maré. Nesta data, a sede do 22º Batalhão deverá ser transferida para o interior da comunidade. A ideia é que o local seja desocupado para servir de base para os cerca de 1,2 mil policiais das novas UPPs, que devem ser erguidas até março de 2016.

A Polícia Militar dá início ao processo de transição com a Força de Pacificação no patrulhamento do conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Região  abrangida pelo complexo de favelas  da

Maré é considerada estratégica pela Secretaria

de  Segurança        Tomaz  Silva/Agência  Brasil

“[Dia 1º de Maio] será estabelecida uma nova rotina de policiamento [na Maré]. Não haverá uma operação nos moldes que vêm sendo desenvolvidos até aqui”, explicou o comandante. “Estão previstas ações do Comando de Operações Especiais, subsidiadas por informações da área de inteligência, reforço do policiamento nas áreas expressas e continuidade do policiamento do 22º Batalhão”, informou.

A primeira das UPPs da Maré foi batizada de Roquette Pinto/Praia de Ramos, em referência às localidades abrangidas. Foi por essas comunidades que a PM começou a substituição do Exército, em 1º de abril. Atualmente, estão ali 169 policiais. No local, está sendo erguida uma base de alvenaria, e não mais contêineres, como no início das UPPs. A base ficará pronta em julho.

Ainda de acordo com o secretário Beltrame, além das quatro unidades de pacificação na Maré, serão instaladas entre dez e 12 bases por toda a comunidade para dar apoio à PM. Porém, ainda não há previsão de instalar ali uma delegacia de polícia. “A situação na Maré é obviamente difícil. Ela é maior [que o Complexo do Alemão, que também tem UPPs] e existem lá três facções criminosas. Ainda é necessário muito trabalho de inteligência”, admitiu.

A região abrangida pelo complexo de favelas da Maré é considerada estratégica, devido à proximidade com as principais vias expressas da capital: a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, que dão acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim e à Baía de Guanabara. No entanto, a polícia registra no local a atuação de três facções criminosas do tráfico de drogas e de milícias.

O secretário anunciou o remanejamento de 1.272 policiais entre 28 batalhões de todo o estado, sendo 500 para o interior, como forma de melhorar o policiamento no estado. Das 38 UPPs, 32 ganharão o reforço de mais 400 policiais que estavam sendo formados.