Marginais Tietê e Pinheiros terão velocidade reduzida a partir da próxima semana
As marginais Tietê e Pinheiros passarão a ter a velocidade reduzida a partir da próxima segunda-feira (20). Nas pistas expressas, a máxima passará de 90 quilômetros por hora (km/h) para 70 km/h, em caso de carros leves, e de 70 km/h para 60 km/h, para veículos pesados.
A pista central (existente apenas na Marginal Tietê) terá a velocidade máxima reduzida de 70 km/h para 60 km/h, valendo para todos os tipos de veículos. Já nas pistas locais de ambas as marginais, a velocidade permitida terá o limite máximo de 70 km/h reduzido para 50 km/h, também para todos os veículos.
Números da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que, no ano passado, 54 pessoas foram atropeladas na Marginal Tietê e 15 delas morreram. Na Marginal Pinheiros, nesse mesmo período, foram 42 atropelamentos, que resultaram em 40 mortes.
As vítimas, na maior parte, eram pessoas em situação de rua e vendedores ambulantes que se aproveitam dos congestionamentos para vender mercadorias variadas aos motoristas.
Na época em que foram inauguradas – a Marginal Tietê, em 1957, e a Marginal Pinheiros, em 1970, – essas vias serviam de ligação entre rodovias, sendo exclusivas para veículos.
O crescimento urbano fez com que a cidade se aproximasse cada vez mais das vias expressas e, embora ainda seja proibida a presença de pedestres, muitos são vistos arriscando suas vidas. “A Avenida 23 de Maio também foi criada para ser expressa, sem presença de pedestres. Mas hoje existe até ponto de ônibus nessa avenida e sempre vemos pessoas se arriscando”, exemplifica o presidente da Associação Brasileira de Pedestres, Eduardo Daros.
Redução de acidentes
Desde 2013, a cidade de São Paulo vem implementando um programa de redução nas velocidades máximas permitidas como forma de diminuir o número de acidentes, sobretudo os atropelamentos. De acordo com a CET, no ano passado, 1.249 pessoas morreram por causa de acidentes de trânsito no município, 45% delas atropeladas. Em 2013, foram 1.152 acidentes, sendo 44,6% por atropelamento.
Daros lembra que a associação sempre defendeu a redução da velocidade nas vias e destaca que estudos feitos no trânsito europeu mostram as vantagens dessa redução. “Quando o veículo trafega a 40 quilômetros por hora [km/h] e atinge um pedestre, 15 em cada 100 vítimas morrem. Quando está a 60 km/h, aumenta para 85 em cada 100 a chance de morte”, observou, sobre o resultado dos estudos.
Segundo a prefeitura de São Paulo, o programa de ajustes já reduziu a velocidade em 26 quilômetros de ruas e avenidas – a meta é que a redução chegue a 100 quilômetros de extensão.
No centro da capital, onde é grande a circulação de pedestres, a velocidade foi reduzida de 50 km/h para 40 km/h, iniciativa implantada em setembro de 2013. O resultado foi uma queda no número de mortes.
Mortes no trânsito
Pesquisa da CET mostra que, de agosto de 2012 a setembro de 2013, sete pedestres perderam a vida nessas vias e que, de novembro de 2013 a dezembro de 2014, houve quatro vítimas. A pesquisa revelou ainda que, quando comparadas as causas das mortes por acidentes de trânsito ocorridas em 2014, 44,4% foram de pedestres por atropelamento, 35,2% eram motociclistas; 16,6%, motoristas ou passageiros em automóveis; e 3,8%, ciclistas.
O crescimento da frota de veículos também agrava o problema. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), a cidade registrava, em maio, pouco mais de 8 milhões de veículos, sendo 5,7 milhões de carros de passeio, e 1 milhão de motocicletas. Há um ano, o total de automóveis era 7,6 milhões, uma diferença de 400 mil carros.