Audiência pública discute Avenida Paulista como rua de lazer aos domingos

Publicado em 19/09/2015 - 14:46 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Com 2,7 quilômetros e ligação com 11 faixas para bicicletas, a ciclovia da Avenida Paulista permite ao ciclista percorrer vias exclusivas das zonas oeste e sul da cidade (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Serão realizadas 32 audiências públicas para debater a abertura da Avenida Paulista e de outras vias para o públicoArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

A prefeitura de São Paulo realizou hoje (19) uma audiência pública para discutir a abertura da Avenida Paulista para pedestres aos domingos. Durante a inauguração dos trechos de ciclovia que passam pela avenida, na região central da capital, foram feitas duas experiências de interrupção do tráfego de veículos na via.

“Vamos ouvir por tempo indeterminado a população contra e a favor. Temos uma opinião de que a Paulista ser aberta à população aos domingos é uma coisa maravilhosa, excelente para a cidade”, informou o secretário da Coordenação de Subprefeituras, Luiz Antonio de Medeiros, na abertura do encontro, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Ao todo, serão realizadas 32 audiências públicas para debater a abertura de vias para o público, com o desenvolvimento de atividades artísticas e culturais em toda a cidade. Além da reunião na Paulista, também foram feitas hoje audiências no Aricanduva (zona leste) e no Campo Limpo (zona sul).

As ações ocorem dentro do programa municipal Rua Aberta. “O objetivo do programa é ampliar as áreas de lazer e recreação na cidade de São Paulo. A Avenida Paulista, nessas duas experiências, teve um amplo apoio. É lógico que todo projeto novo tem uma crítica, uma manifestação contrária. Isso é normal, até ajuda para aprimorarmos o projeto”, destacou o subprefeito da região da Sé,responsável pela Paulista, Alcides Amazonas.

Ao microfone, a militante do movimento Sampa a Pé, Ana Carolina Nunes, defendeu a proposta. “Abrir as ruas, que são espaços públicos, é justamente chamar para a convivência pessoas de várias origens e idades. É disso que a gente precisa para ter uma cidade mais humana e coerente.”

Segundo Ana Carolina, os jovens paulistanos têm poucas oportunidades de usufruir do espaço público. “Nasci e cresci na Penha, na zona leste. Na minha infância, não tive a possibilidade de brincar na rua, como muitas pessoas da minha geração, porque esse espaço foi negado por ser perigoso, principalmente por medo dos carros”.

Representando a organização não governamental Minha Sampa, o advogado Guilherme Coelho disse que a interrupção do tráfego aos domingos é um pedido antigo da sociedade civil. “Essa é uma demanda que não é de um indivíduo. Não é uma demanda que começou agora. A prefeitura vem debatendo e escutando isso há muito tempo”, acrescentou.

Moradora da avenida, a advogada Rafaela Galete lembrou que o fechamento da via aos veículos pode trazer vários inconvenientes para quem vive na região.

“A legislação municipal só admite mudanças e caminhões na Avenida Paulista aos sábados, domingos e feriados. Tiramos dois terços dessa possibilidade. Qual é a burocracia que esses condomínios terão de enfrentar para ter uma autorização [para fazer mudanças nos dias de fechamento]?” Segundo ela, são 11 condomínios residenciais em toda a extensão da avenida.

Edição: Armando Cardoso

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