Acordo Transpacífico vai prejudicar as exportações brasileiras, diz CNA

Publicado em 07/10/2015 - 19:38 Por Stênio Ribeiro – Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Acordo de Parceria Transpacífico (TPP), anunciado formalmente na última segunda-feira (5), demonstra a urgência de se avançar e ampliar a agenda de negociações externas do Brasil, a fim de evitar a perda de espaço no mercado internacional para produtos agropecuários brasileiros, segundo análise da Superintendência de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Em uma avaliação preliminar, acrescenta o informe, o Brasil terá seu acesso prejudicado aos mercados desses 12 países, em especial porque a produção brasileira concorre com os Estados Unidos, a Austrália e Nova Zelândia em setores como grãos e pecuária de leite e de corte.

O Brasil também terá que se adaptar às novas regras comerciais internacionais criadas pelo TPP para acessar esses mercados, mesmo sem ter participado de sua formulação. No entender da assessora técnica da CNA, Camila Sande, além das tarifas, os altos padrões estabelecidos e exigidos pelo acordo poderão representar fonte de preocupação para o país.

As dificuldades ocorrerão, porque as normas contidas no acordo serão utilizadas como base para as relações comerciais com os países signatários, acrescentou. Diante desse cenário, a CNA reforça sua posição favorável à celebração de acordos comerciais pelo Brasil, especialmente com União Europeia, União Aduaneira Euroasiática, China e Estados Unidos.

A importância do acordo, segundo a CNA, pode ser medida pelo fato de os 12 países signatários da TPP – Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã – representarem 40% da economia mundial e mais de 800 milhões de habitantes.

A análise técnica da CNA diz que o acordo visa não só a redução de tarifas, mas cria novas regras comerciais para temas ainda não contemplados no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Promove também a melhoria de padrões sociais, ambientais, sanitários e fitossanitários, dentre outros itens estratégicos da agenda econômica internacional.

Edição: Jorge Wamburg

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