Arquidiocese de Mariana lamenta tragédia e fala em centenas de vítimas
A Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais, lamenta "profundamente" a tragédia registrada na tarde de ontem (5) no distrito de Bento Rodrigues, zona rural da cidade mineira. Em nota, a entidade cita que o rompimento ontem (5) das duas barragens da mineradora Samarco deixou centenas de vítimas.
“Manifestamos nossa mais sentida solidariedade às famílias que tiveram suas casas e seus bens destruídos e às que choram a morte de seus entes queridos, vítimas dessa catástrofe de proporções incalculáveis”, destacou a arquidiocese.
De acordo com o comunicado, o momento é de unir esforços para minimizar a aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos pela tragédia. “Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas, acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces.”
O ginásio da cidade de Mariana recebe desde ontem (5) doações para as famílias que perderam suas casas. A prefeitura de Mariana pede a colaboração da população no sentido de doar principalmente itens como roupas, colchões, água mineral e produtos de higiene pessoal. Moradores vizinhos a Mariana também se mobilizam para arrecadar donativos.
No final da nota, a arquidiocese de Mariana classifica a apuração das responsabilidades pela tragédia de “exigência da Justiça e condição para que tal situação nunca mais se repita”. “Que a fé nos aqueça a esperança e nos estimule a solidariedade para diminuir a dor que é de todos os marianenses e que deixa enlutados este município e o estado de Minas Gerais”.
CNBB
O presidente da regional leste dois da ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Paulo Mendes Peixoto, responsável pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, disse em entrevista à Agência Brasil que uma das principais preocupações da Igreja Católica é relativa ao meu ambiente e que está consternado com a tragédia em Bento Rodrigues.
Segundo ele, não é a primeira vez que ocorrem acidentes no estado envolvendo o setor de mineração. “Pelo menos cinco episódios relacionados a mineradoras ocorreram nos últimos tempos. É necessário mais rigor no setor”, disse, “Há pouco tempo visitei uma mineradora e pude ver como os rejeitos são depositados. É muita coisa”, contou.
A reportagem da Agência Brasil tentou contato com o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rochya, mas, segundo a assessoria da arquidiocese, ele está ajudando as vítimas da tragédia.
*Colaborou Dayana Vítor