Sindicato dos Médicos e MP criam gabinete de crise para discutir saúde do Rio

Publicado em 22/12/2015 - 13:54 Por Douglas Correa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado criaram um gabinete de crise para discutir a situação dos hospitais. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública Geral do Rio também integram o grupo, que terá como primeira iniciativa a solicitação de um plano claro de contingência à Secretaria Estadual de Saúde, com o objetivo de esclarecer a crise no setor. A criação do gabinete foi definida ontem (21), durante reunião de emergência entre os diversos órgãos envolvidos em busca de solução para a crise.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, disse que não sabe exatamente porque o estado quebrou. “Vamos solicitar clareza sobre a paralisação das OSs [organizações sociais] e cobrar o cumprimento dos serviços de responsabilidade dessas empresas”, avisou.

Darze lembrou que um dos gerentes dessa organização social (OS) disse que a crise nos hospitais públicos do estado é culpa dos médicos que não se preparam, que não reservam três meses de recursos para eventuais situações como essa, ou seja, na opinião do gestor, o médico é quem teria de ter capital de giro para sobreviver, depois de ter cumprido uma jornada de 30 dias de trabalho nos hospitais. “Quer dizer, transferem para os médicos a responsabilidade que caberia à instituição privada, que está hoje com a função de gerenciar unidades públicas de saúde”, explicou Darze.

O presidente do sindicato disse ainda que o plano de contingência visa à reestruturação do sistema de saúde para evitar o fechamento das unidades e a melhoria no atendimento. “Como vamos receber turistas neste fim de ano sem nenhuma condição de atendimento nas unidades de saúde? Vai morrer muita gente. Vamos cobrar solução imediata”.

Segundo Darze, o sindicato vai entrar ainda hoje (22) com ações trabalhistas no Plantão Judiciário para que os médicos recebam os salários em atraso. Os médicos e enfermeiros terceirizados que trabalham nos hospitais da rede estadual e nas unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) estão com o salário de novembro em atraso e sem receber até agora a segunda parcela do décimo terceiro. “Esses profissionais estão sem receber há algum tempo. As pessoas vivem dos seus salários, têm contas a pagar e não podem ficar nesse compasso de espera”.

O Sindicato alerta que não existe greve de profissionais na rede estadual e sim falta de insumos básicos, o que os impossibilita de fazer os serviços, e que os médicos do estado estão em estado de greve, o que não representa interrupção no atendimento aos pacientes.

A Secretaria de Saúde informou que os hospitais estaduais Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, referência em neurocirurgia, e o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, ambos na Baixada Fluminense, estão abertos. O atendimento, porém, está restrito aos casos mais graves. "É importante deixar claro que os pacientes internados nessas duas unidades continuam recebendo assistência médica".

Edição: Graça Adjuto

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