Mulheres do MST pedem reforma agrária e ocupam secretaria em Alagoas
Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam hoje (8) a Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas, no centro da capital, em protesto contra a falta de uma política agrícola estadual voltada para a reforma agrária e a agricultura familiar. Representantes do movimento e do governo estadual estão reunidos desde o início da noite.
A coordenadora do MST em Alagoas, Débora Nunes, argumenta que somente grandes produtores de cana-de-açúcar têm sido beneficiados no estado. “Enquanto eles recebem isenção de impostos e geram miséria com a monocultura da cana, não temos qualquer política ou incentivo para a reforma agrária, que é o instrumento necessário para distribuir renda e desenvolver socialmente o estado”. O movimento também pede programas de incentivo para mulheres.
Mais cedo, em marcha no centro de Maceió, o MST e outras organizações protestaram contra a falta de delegacias da mulher no estado – atualmente, apenas Maceió, capital de Alagoas; e Arapiraca, cidade pólo do agreste do estado; têm esse tipo de delegacia. “Daqui que a mulher viaje quilômetros para conseguir o atendimento e seja encaminhada ao IML [Instituto-Médico Legal] para fazer os exames o homem já está sabendo que ela foi denunciar e já está atrás dela novamente”, conta a coordenadora do MST. “A Lei Maria da Penha é muito importante, mas é preciso estrutura para fazer valer a legislação”.
A marcha começou na Praça Centenário, parte alta da cidade, e terminou em frente ao Tribunal de Justiça de Alagoas, no centro de Maceió. Não existe previsão para a desocupação da Secretaria de Agricultura.