Seguro da Olimpíada do Rio cobre risco de cancelamento por terrorismo e pandemia

Publicado em 06/04/2016 - 18:23 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

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A apólice de seguro dos Jogos Olímpicos Rio 2016, de cerca de US$ 2 bilhões, cobre os principais riscos que poderiam comprometer a realização da competição, entre eles terrorismo internacional, catástrofes naturais e pandemia. 

Contratado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com um grupo de seguradoras e resseguradoras, o seguro vem desde os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e também incluiu a cobertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014. A apólice mundial, no entanto, não inclui os Jogos Paralímpicos Rio 2016, que terão seguros separados, feitos com seguradoras nacionais.

A presidenta de resseguros da Swiss-Re para a América Latina e América do Sul, Margo Black, disse que a cobertura também inclui a transmissão dos eventos para os cinco bilhões de pessoas em todo o mundo que vão assistir aos Jogos.

De acordo com a executiva, que participou hoje (6) do 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, o terrorismo internacional está entre os principais riscos que poderiam levar ao abandono ou cancelamento dos Jogos. No entanto, segundo Margo, após os atentados na Europa, as equipes de segurança e inteligência do Brasil estão em alerta máximo e preparadas para agir em caso de necessidade.

“Se tem um ato de terrorismo em um evento ou em um estádio, isso não é suficiente para cancelar ou abandonar os Jogos. Eles continuam. Mas se, por exemplo, acontece algum ato terrorista na cerimônia de abertura, isso poderia levar o Comitê Organizador a abandonar os Jogos”, explicou. Se os incidentes ocorrem em cidades fora da sede do megaevento, também não há interrupção.

O segundo risco mais relevante são as catástrofes naturais, que, no caso do Brasil, não representam grande perigo. Como agosto é um mês seco, em geral, a probabilidade de ter que cancelar algum evento em decorrência de chuvas fortes é pouco provável, segundo Margo.

Vírus Zika e manifestações

A terceira possibilidade de cancelamento da Olimpíada seria uma pandemia, de doenças como dengue, Zika e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O risco foi debatido entre as seguradoras e o Comitê Olímpico, principalmente em relação ao vírus Zika.

Como as principais consequências do Zika são para as mulheres grávidas – por estar associado à microcefalia em recém-nascidos – a presidenta de resseguros da Swiss-Re, disse que o risco não será significativo a ponto de comprometer a realização da competição. “Sabemos também que aqui no Rio estão sendo feitos grandes esforços para eliminar o máximo possível a possibilidade de ter mosquito para afetar os atletas”, acrescentou.

Na lista de potenciais riscos considerados pelas empresas de seguros também está a possibilidade de manifestações sociais durante a Olimpíada. No entanto, segundo Margo, a experiência na Copa das Confederações, em 2013, e na Copa do Mundo, em 2014, mostrou que os protestos que ocorreram foram isolados e não afetaram a cidade como um todo. Por isso, segundo a especialista, é baixa a possibilidade de que esse tipo de evento possa levar ao cancelamento da competição.

Em relação à possibilidade de recusa de participação de alguns atletas das provas realizadas na Baía de Guanabara, por causa da má qualidade da água, Margo disse que isso poderia levar, no máximo, ao cancelamento das provas no local e não da Olimpíada inteira.

Edição: Luana Lourenço

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