Protesto contra a PEC do Teto reúne movimentos sociais e estudantes em Manaus

Publicado em 11/11/2016 - 15:37 Por Bianca Paiva – Correspondente da Agência Brasil - Manaus

Protesto contra a PEC 55 reúne movimentos sociais, sindicatos e estudantes em Manaus

Protesto contra a PEC 55 reúne movimentos sociais, sindicatos e estudantes em Manaus Bianca Paiva/Correspondente da Agência Brasil 

Um protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos em 20 anos, reuniu na manhã de hoje (11), no centro de Manaus, membros de movimentos sociais e de entidades trabalhistas e estudantes. A manifestação faz parte de uma mobilização nacional, o Dia de Lutas e Paralisações. Com carro de som, faixas e cartazes, os manifestantes chamavam a atenção para as possíveis consequências da PEC, que tramita no Senado.

“Nós queremos esclarecer à população que sabe o que é a PEC, mas está com uma versão oficial de que isso é para melhorar os gastos, economizar, o que não vai ser. Na verdade, estão cortando justamente o que o governo menos gasta, que são os gastos primários, saúde, educação, moradia, assistência social, funcionalismo público. O que onera é a dívida pública, os encargos financeiros dessa dívida, que o governo continua aumentando”, afirmou a presidenta da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), no Amazonas, Ísis Tavares.

A manifestação enfatizou, principalmente, os possíveis prejuízos para a educação relacionados à PEC 55 e outras medidas do governo para o setor, como a reforma do ensino médio e o Projeto de Lei da Escola Sem Partido, que vem sendo chamado pelos docentes de Lei da Mordaça.

“A PEC 241, que agora no Senado é a PEC 55, congela os gastos públicos, principalmente, da saúde e da educação, por 20 anos. E isso é um golpe mortal contra o avanço e a melhoria da qualidade do ensino no Brasil todo. Além disso, tem projetos, como a Lei da Mordaça, que atinge diretamente os professores, buscando calar os professores na sala de aula, para que eles não se posicionem mais, não formem mais a consciência crítica dos alunos. Isso é bastante perigoso para caminhar para o autoritarismo”, ressaltou Lambert Melo, do Sindicato de Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom).

Para o professor de comunicação social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Tom Zé Costa, os trabalhadores são os mais prejudicados pelas medidas que o governo pretende implementar para contornar a crise econômica.

“Hoje é um dia que nacionalmente foi decidido por várias categorias para que fosse feita essa paralisação para mostrar para o governo como a gente está indignado com as medidas que ele está adotando para poder salvar o país do buraco. O problema é que ele quer salvar o país do buraco colocando a classe trabalhadora, quem ganha salário, mais no buraco”, destacou o professor.

A estudante de ciências sociais da Ufam Juliana Pereira diz que a atual situação financeira das universidades é preocupante e teme que os recursos diminuam ainda mais.

“A educação no Brasil está ameaçada porque nós estamos perdendo os nossos investimentos. O gasto com educação não é uma perda, e sim um investimento. Se o país quer avançar nas políticas públicas e ter melhorias, ele tem que investir em educação. Nós estamos perdendo nossas bolsas de iniciação científica, de mestrado, de doutorado. A nossa universidade está ficando sem recursos até para os materiais mais essenciais, como papel higiênico e copo descartável”, disse a universitária.

Após a concentração na Praça Heliodoro Balbi, conhecida como Praça da Polícia, os manifestantes fizeram uma caminhada de cerca de três quilômetros pelas ruas do centro de Manaus para reforçar o protesto com a população.

A Agência Brasil entrou em contato com o Palácio do Planalto que informou que respeita e considera as manifestações democráticas, mas não comentará nenhuma delas.

Edição: Lílian Beraldo

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