Bloco de carnaval pede fim da exploração sexual de crianças e adolescentes

O grito de carnaval reuniu mais de 300 pessoas no centro da capital

Publicado em 22/02/2017 - 12:36 Por Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

São Paulo - Bloco promove grito contra a exploração sexual de Crianças e Adolescentes no Carnaval 2017, na Praça do Patriarca, região central da cidade (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Bloco promove grito de carnaval contra a exploração sexual de crianças e adolescentes

na  Praça  do  Patriarca,  região  central  de  São  Paulo       Rovena  Rosa/Agência  Brasil

O grito de carnaval contra a exploração sexual de crianças e adolescentes reuniu hoje (22) mais de 300 pessoas no centro da capital paulista. Participaram do bloco, organizado pela prefeitura, crianças e adolescentes integrantes da rede socioassistencial da cidade. O grupo saiu em desfile às 11h, da Praça do Patriarca, até o coreto da Praça Antônio Prado.

A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Soninha Francine, alerta que os riscos de exploração aumentam durante o carnaval, já que há mais pessoas alcoolizadas e drogadas pelas ruas. “Tem uma permissividade maior entre os adultos.”

Segundo Soninha, é preciso fazer barulho para lembrar os adultos de que as crianças precisam de proteção. "Do ponto de vista das crianças, [o objetivo] é empoderá-las para dizer: meu corpo é meu. É saber que elas têm que dizer não e sair correndo para pedir ajuda”, afirmou a secretária. 

Os jovens que participaram do bloco de carnaval vieram de entidades parceiras da prefeitura que atuam no fortalecimento de vínculos comunitários e familiares entre os turnos das escolas.

A assistente técnica na organização não governamental (ONG) Social Bom Jesus, Denise Souza Rosa Bezerra, que trabalha com 90 crianças e adolescentes na região do Parque Santo Antônio, onde o índice de vulnerabilidade social é alto, diz que é importante levar orientação aos menores, sobretudo por causa do ambiente desfavorável da comunidade. “No carnaval, existe muita exploração. Trazendo as crianças para cá, vamos despertar nelas o interesse de se privar des sas coisas e também de comunicar, se acontecer algo.”

A menina Sabrina Nascimento, de 13 anos, mostrou-se esclarecida sobre o assunto. “Minha mãe e as professoras me deram a orientação de que sempre tem que andar atenta na rua, olhar para os lados, não falar com estranhos. Dentro de casa, tem que se prevenir também.”

Lais dos Santos Rodrigues, de 13 anos, também diz que recebeu orientação dentro de casa. “Minha mãe fala para tomar cuidados, pois, com o  corpo se desenvolvendo, a gente pode atrair coisas ruins.”

O grito de carnaval terminou com o lançamento da Campanha Nacional contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Carnaval 2017.

Casos de violação contra crianças e adolescentes devem ser denunciados pelo Disque 100 ou por meio de conselhos tutelares.

Edição: Valéria Aguiar

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