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Cônsul angolano diz que país comemora Dia da África com expectativa para eleição

Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/05/2017 - 17:34
São Paulo

Marcada por quase 30 anos de guerra civil, Angola, na região ocidental da África, conheceu a paz em 2002 e ainda caminha para a construção da democracia. Com 24 milhões de habitantes, Angola vive no momento o período de campanha eleitoral, com eleições marcadas para o próximo dia 23 de agosto.

Desde 1979, o país é comandado pelo presidente José Eduardo dos Santos, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Durante três décadas de guerra civil, o partido dominante foi ameaçado diversas vezes pela União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), mas não deixou o poder. O presidente venceu as eleições de 1992, cujos resultados não foram reconhecidos pela Unita, o que desencadeou mais 10 anos de conflito. Após o fim da guerra, o MPLA venceu as eleições legislativas em 2008 e as eleições gerais de 2012.

Novela angolana Jikulumessu estreia na TV Brasil - Reprodução/Agência Brasil

Novela angolana Jikulumessu estreia nesta quinta-feira na TV Brasil Reprodução/Agência Brasil

Hoje (25), data em que se comemora o Dia da África, o cônsul-geral de Angola em São Paulo, Joaquim Augusto Belo Barroso Mangueira, disse à Agência Brasil que para seu país a comemoração tem ainda mais significado este ano pela proximidade das novas eleições. “Este dia para nós é muito importante, sobretudo neste momento de vésperas das eleições. Os objetivos da União Africana, que, resumindo, primam pela liberdade e defesa da população, estão simbolizados neste processo eleitoral, cujo objetivo são os partidos mostrarem seus programas de melhoria das condições de vida da população.”

O Dia da África e a Semana da África, de 26 a 28 de maio, são celebrados anualmente pelas Delegações Africanas Permanentes perante a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e visam aumentar a visibilidade da África, destacando a diversidade de seu patrimônio cultural e artístico.

Novela da TV Brasil

Cenário da novela Jikulumessu - Abre o Olho, que estreia hoje às 20h30 na TV Brasil, Angola recebe investimentos brasileiros e tem similaridades culturais com o país. “Temos grandes investimentos brasileiros em Angola, pensamos que pode melhorar, sobretudo porque pelos laços históricos, culturais e linguísticos e também pelos interesses que ambos os países têm no outro”, disse o cônsul, que destacou o fato de o Brasil ter sido o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975, quando deixou de ser colônia portuguesa. “Por esse fato [o Brasil] tem papel importante na nossa política externa, é um dos países mais fortes na América Latina e ainda pode transmitir sua experiência e seu conhecimento nos vários domínios.”

O cônsul também destacou a significativa comunidade de angolanos no Brasil, o que, segundo ele, aumenta a aproximação entre os países. “Temos também uma comunidade muito grande de angolanos que por sua vez reflete este tipo de relação entre brasileiros e os angolanos que estão aqui não somente em estudo como também por razões comerciais e empresariais. Isso é o reflexo de todo esse processo de relacionamento bilateral entre Angola e Brasil.”

Para Mangueira, a exibição da novela angolana na TV Brasil vai permitir que os brasileiros conheçam mais de Angola, seu povo e seus costumes. “É uma forma muito positiva de transmissão de valores angolanos e o povo brasileiro poderá conhecer alguns aspectos das nossas tradições e valores culturais.”

Há quatro anos vivendo no Brasil, o cônsul angolano disse que admira o calor do povo brasileiro. “É um povo aberto, que nos acolheu bem, não só a nós diplomáticos, mas a todos os angolanos que aqui estão”. Além do acolhimento, Mangueira destacou as conquistas brasileiras em várias áreas. “Tive a oportunidade de conhecer as conquistas do Brasil no campo da educação, do desenvolvimento ecológico, tecnológico e temos que aproveitar a nossa estadia para capitalizar tudo isto em prol do nosso desenvolvimento.”