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ONG leva testes rápidos de HIV a universidades e boates no Rio de Janeiro

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 17/05/2017 - 17:00
Rio de Janeiro

A organização não governamental (ONG) Grupo Pela Vidda-RJ quer dobrar este ano o número de testes rápidos de HIV por fluido oral em relação ao ano passado, quando 2,5 mil foram aplicados. “A meta é dobrar, porque a gente já vem fazendo uma média de 600 testes por mês, ou seja, a gente vai ultrapassar os 5 mil testes”, disse o coordenador de projetos da entidade, Márcio Villard.

Até o começo de maio, a ONG já havia feito 1,7 mil testes rápidos. Esta semana, a ação foi levada ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Largo de São Francisco, centro do Rio de Janeiro, onde 100 pessoas fizeram o teste ontem (16), número considerado “excelente” pela organização.

Amanhã (18),o grupo estará no Centro de Artes da Maré, no Complexo do Alemão, zona norte da cidade, e na sexta-feira (19), no centro da capital. Já no sábado (20), a atuação será em uma boate no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O teste de fluido oral não depende de infraestrutura laboratorial. A leitura e interpretação são simples e o resultado pode ser analisado a olho nu em até 40 minutos. O teste detecta anticorpos para o HIV-1 e HIV-2. O kit para a realização do teste foi produzido pelo laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para fazer o diagnóstico oral do HIV, é necessário que as pessoas evitem ingerir alimento ou bebida, fumar ou inalar qualquer substância, escovar os dentes e usar antisséptico bucal. Para as mulheres, recomenda-se que não usem batom. O fluido do teste oral é extraído do final da gengiva e do começo da mucosa da bochecha, com o auxílio de uma haste coletora. O aparecimento de uma linha vermelha significa que a amostra não é reagente. Duas linhas vermelhas indicam que naquela amostra há anticorpos anti-HIV, ou seja, o teste é positivo.

Desde 2013, o Ministério da Saúde adotou a política Testar e Tratar, da Organização Mundial da Saúde (OMS), para detecção precoce do vírus da aids. Segundo Villard, quanto mais cedo a pessoa se descobre com HIV, maior é o êxito do tratamento. “Ela consegue controlar o vírus com eficácia muito maior do que quando se descobre doente ou já com certo tempo da infecção. Porque, muitas vezes, a gente se infecta mas não adoece, mas a infecção está se dando dentro do corpo e a gente não sabe que tem o vírus”, explicou.

Preconceito

Segundo Villard, ainda há preconceito sobre a realização de teste de HIV, mas essa realidade está mudando gradualmente, principalmente entre as mulheres.

O foco do Grupo Pela Vidda-RJ é oferecer os testes aos grupos mais vulneráveis à infecção pelo HIV, incluindo os mais jovens, faixa etária em que o número de casos vem aumentando, segundo o Ministério da Saúde.

A ONG atua há 28 anos na defesa de direitos e cidadania das pessoas que vivem com HIV e aids no estado do Rio de Janeiro e foi uma das primeiras organizações fundadas no Brasil por essa parcela da população.