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Jovem é morto em ação de batalhão da PM na favela do Moinho, em São Paulo

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/06/2017 - 17:27
São Paulo
São Paulo - Manifestação de moradores da Comunidade do Moinho contra a ação da Polícia Militar que feriu um adolescente em Campos Elísios na região central

Manifestação de moradores da Comunidade do Moinho contra a ação da Polícia Militar que acabou com a morte de um adolescente Rovena Rosa/Agência Brasil

Um jovem foi morto durante ação da Rota – batalhão de elite da Polícia Militar (PM) de São Paulo – por volta das 10h de hoje (27) na Favela do Moinho, região central da capital. Leandro de Souza Santos, 18 anos, foi socorrido e levado para o Hospital Santa Casa, mas foi constatada a morte ainda na entrada do pronto-socorro. A ação revoltou os moradores, que reagiram com protestos na região.

Uma parte da Avenida Rio Branco e um trecho da linha 8 Diamante da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ficaram bloqueados. Trilhos desta linha passam pela entrada da favela do Moinho. As manifestações foram dispersadas pela polícia com uso de bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.

De acordo com a assessoria de imprensa da PM, a Rota estava no local para atender uma ocorrência de roubo de veículo e celulares na região. Ainda segundo a polícia, houve troca de tiros e Leandro estava com um revólver calibre 38. Foram os próprios policiais que socorreram o jovem.

No entanto, os moradores da favela do Moinho contestam a versão da PM. Segundo Lucas Santos, irmão de Leandro, ele correu quando viu a chegada da polícia e entrou na casa de uma vizinha. “A Rota entrou, e dentro da casa tinha uma três crianças e uma mulher. Deram cinco disparos nele”, relatou. O irmão destaca que o jovem era usuário de drogas, mas que "estava bem" e "só faz mal a si mesmo".

Lucas questiona a informação que Leandro tenha reagido porque, segundo ele, eram mais de 20 policiais na ação. De acordo o irmão, o jovem foi também ferido com o uso de um martelo. “Deram uma martelada. Eu vi sujo de sangue lá”, apontou. A mãe do jovem acompanha a liberação do corpo.

A Secretaria de Segurança Pública não respondeu aos questionamentos da reportagem até a publicação da matéria.