Secretário de Segurança admite que operações da PM têm que ser aperfeiçoadas
O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, admitiu hoje (6) que é necessário aperfeiçoar as operações policiais, de forma a evitar mortes de inocentes, baleados em tiroteios, como o caso da menina Vanessa Vitória dos Santos, que morreu na terça-feira (4), atingida por uma quando um policial militar se refugiou em sua casa.
“As operações têm que ser qualificadas e aperfeiçoadas o tempo todo. Até porque elas são em ambientes urbanos, ora no asfalto, ora em comunidades”, disse Roberto Sá, após reunião com comandantes militares e comerciantes no 6º Batalhão da Polícia Militar (BPM), na Tijuca.
Segundo o secretário, embora haja preocupação permanente com a vida das pessoas é difícil evitar confrontos em um estado, como o Rio de Janeiro, onde circula um grande volume de armas de fogo.
“Desde que assumi, a preocupação com a vida foi o primeiro item. Mas isso, num estado que apreende 24 armas de fogo por dia, acaba sendo difícil. Se em cada abordagem houver reação de um criminoso, nós vamos ter tiros por parte do bandido e, eventualmente, o policial poderá reagir ou se abrigar. É uma decisão que ele terá de tomar na hora”, disse.
Roberto Sá negou que exista uma política de confrontos por parte da PM, mas novamente citou o excessivo número de armas em circulação como uma das causas da violência. “A política não é do confronto, embora a cidade tenha confrontos. Mas enquanto nós tivermos a apreensão de 9 mil armas de fogo [por ano], sendo um fuzil por dia, como afirmar que não haverá confrontos? Se essas armas continuarem chegando, como impedir que as usem para matar pessoas, para roubar carros? A polícia é a última barreira para a barbárie”, disse.
Para o secretário, um dos problemas que afetam a eficácia da política pública de segurança é a falta de dinheiro, que dificulta o pagamento dos policiais e a manutenção das frotas de viaturas. “Não esqueçam que estamos há um ano com estado de calamidade pública financeira decretado. Eu tenho 45% menos de custeio em relação ao ano passado e 60% menos de custeio para as polícias do que em 2013. O cenário é o mais antagônico possível, com o mínimo de recursos possível”, lamentou.