Nuzman vira réu com Cabral por propina nos Jogos Olímpicos do Rio

Publicado em 19/10/2017 - 21:56 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

No mesmo dia em que recebeu habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando sua ida para o regime de prisão domiciliar, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman virou réu com o ex-governador Sérgio Cabral. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (19), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, em processo resultante da Operação Unfair Play, que investiga o pagamento de propina pelo direito do Brasil sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Além dos dois, também são réus na ação o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, atualmente foragido; o ex-diretor de Operações do Comitê Rio 2016, Leonardo Gryner; e os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, que teriam recebido a propina para garantir votos africanos à candidatura do Brasil.

Nuzman é acusado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cabral é acusado por corrupção passiva. Gryner, por corrupção passiva e organização criminosa. Arthur, por corrupção ativa. E Papa e Lamine Diack, por corrupção passiva.

“No período compreendido entre agosto e setembro de 2009, Sérgio Cabral, Carlos Nuzman e Leonardo Gryner, de forma livre e consciente, solicitaram e aceitaram promessa de vantagem indevida de Arthur Soares, consistente no pagamento a Lamine Diack, por intermédio do seu filho, Papa Diack, no valor de, ao menos, US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares), com o intuito de garantir votos para o Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016”, escreveu Bretas.

Em contrapartida pela ajuda milionária, segundo o magistrado, “Arthur Soares foi beneficiado com a contratação da empresa LSH Empreendimentos pelo Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, além da abertura de uma imensa janela de oportunidades para exponenciar os seus contratos com o estado e com o município do Rio de Janeiro e com o próprio Comitê Organizador”.

Bretas lembrou que, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Nuzman registrou um forte aumento de patrimônio nos anos recentes, tendo adquirido, em 2014, 16 quilos de ouro, no valor aproximado de R$ 1,5 milhão, que eram guardados em um cofre na Suíça, e que só foram declarados à Receita Federal após operação de busca e apreensão em sua casa ter encontrado a chave do cofre, dia 5 de setembro.

Edição: Davi Oliveira

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