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Legislação brasileira para recursos hídricos é destaque no Fórum Mundial da Água

Karine Melo - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/03/2018 - 13:07
Brasília
Brasília - O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, em audiência pública sobre escassez da água na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília - O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, em audiência pública sobre escassez da água na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Nossa legislação incentiva gestão participativa", diz o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do SenadoMarcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil se destaca no mundo por sua Agência Nacional de Águas (ANA) e pela legislação sobre recursos hídricos. E esta é uma das grandes contribuições que o país pode dar no 8º Fórum Mundial da Água, disse o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado nesta quinta-feira (8), Braga ressaltou que a norma brasileira serviu de inspiração para países como a África do Sul.

“Nossa legislação reconhece bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão e incentiva a gestão participativa por meio de comitês”, acrescentou Braga, que também é secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do estado de São Paulo.

Ao responder a questionamentos de senadores, ele disse que. na questão hídrica, dois pontos precisam ser atacados: disponibilidade e gestão de demanda. “Precisamos de uma demanda mais racional e eficiente e temos que incentivar as pessoas a reduzir o uso e evitar o desperdício para sermos eficientes, seja no âmbito doméstico, seja de irrigação. Além disso, temos que aumentar a capacidade de reservação de água.”

Braga alertou que, nos meses de chuva mais intensa, a água tem que ser guardada para ser usada posteriormente, mas lembrou que a criação de reservatórios também precisa ser estudada, já que traz grandes impactos ambientais, que precisam ser levados em conta e minimizados nessas intervenções.

Entre os desafios brasileiros, o presidente do Conselho Mundial da Água destaca a redução de perdas no abastecimento. “Hoje perdemos 30%, 40% e, em alguns lugares, 50% de água com vazamentos, acessos ilegais e furtos. Isso tem que ser combatido para diminuirmos a necessidade de infraestrutura”, afirmou.

Evento deve reunir 45 mil pessoas em Brasília

O Fórum Mundial da Água deve reunir em Brasília, entre os dias 18 e 23 deste mês, cerca de 45 mil pessoas de 150 países. O evento é organizado no Brasil pelo Conselho Mundial da Água, pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela Agência Nacional de Águas, e pelo governo do Distrito Federal, representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).

As sete edições anteriores do FMA foram realizadas em Marrakesh, no Marrocos, em 1997; Haia, na Holanda, em 2000; Quioto, no Japão, em 2003; Cidade do México, no México, em 2006, Istambul, na Turquia, em 2009; Marselha, na  França, em 2012; e Gyeongju e Daegu, na Coreia do Sul, em 2015.

O texto foi ampliado às 15h58 e corrigido às 16h32: o fórum será realizado entre os dias 18 e 23 deste mês, e não entre os dias 15 e 23