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Metade das adolescentes paulistas ainda não está vacinada contra HPV

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/03/2018 - 19:22
São Paulo

Apenas a metade das adolescentes paulistas de 9 a 14 anos estão imunizadas contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), considerando a aplicação das duas doses devidas da vacina apropriada. A cobertura vacinal é menor entre meninos com idade entre 12 e 13 anos e atinge 36,7% dos que deveriam ter tomado a primeira dose. Os dados, referentes a 2017, preocupam o Ministério da Saúde que lançou nova campanha publicitária para alertar sobre a importância da vacina contra HPV e meningite para os jovens.

A campanha convoca 10 milhões de adolescentes em todo o país. Devem se vacinar contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos (no ano passado, a faixa etária era entre 12 e 13 anos). O Ministério da Saúde também ampliou a faixa etária da vacina meningite C em 2018. Agora é de 11 a 14 anos de idade. No ano passado, estavam sendo vacinados contra a doença adolescentes de 12 a 13 anos. As vacinas fazem parte do calendário de rotina disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dados nacionais mostram que 4,9 milhões de meninas tomaram a segunda dose contra o HPV, totalizando 48,7% na faixa etária entre 9 e 14 anos. Os dados referem-se ao período de 2014 a 2017. Se considerada apenas a primeira dose, o número chega a 8 milhões, o equivalente a 79,2%. Entre os meninos, 1,6 milhão – ou 43,8% do público-alvo – tomaram a primeira dose. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal só está completa com as duas doses. A segunda é aplicada seis meses depois da primeira. O órgão adquiriu 14 milhões de doses contra o HPV.

Dados

O Ministério da Saúde destaca que o Brasil foi o primeiro país da América do Sul a oferecer a vacina contra o HPV para meninos. A prevalência estimada do vírus no país é de 54,3%, segundo dados do projeto POP-Brasil, que entrevistou 7.586 pessoas nas capitais. A pesquisa mostra que 37,6% dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

A vacina, portanto, previne contra diferentes tipos de cânceres. Segundo o ministério, são 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil mortes de mulheres pela doença. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV. Mais informações podem ser obtidas no Disque-Saúde: 136.

O HPV é um vírus que vive na pele e nas mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Quando afeta os órgãos genitais é uma infecção transmitida sexualmente (DST).