logo Agência Brasil
Geral

Associação de caminhoneiros pede fim dos bloqueios nas rodovias

Jonas Valente – Repórter Agência Brasil*
Publicado em 25/05/2018 - 17:56
Brasília

A Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) divulgou nota hoje (25) pedindo o fim dos bloqueios de rodovias e a manutenção de manifestações pacíficas. O comunicado foi uma reação ao pronunciamento do presidente Michel Temer mais cedo, no qual informou que faria uso de forças federais para desobstruir as vias interditadas pelo protesto dos caminhoneiros.

“É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria. Sendo assim, nos resta pedir a todos os companheiros que desobstruam as rodovias e respeitem o decreto presidencial”, disse a nota da entidade.

No texto, a associação afirmou que os caminhoneiros já mostraram sua força e defendeu que a categoria siga mobilizada em defesa da retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. A entidade também destaca que não fechou acordo com o governo e o critica por ter demorado a dar uma resposta às demandas apresentadas. “A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos”, informou o comunicado.

A Abcam não aceitou o acordo fechado ontem entre o governo federal e algumas entidades de representação de caminhoneiros. A associação reiterou que só aceitaria o fim das paralisações caso houvesse publicação pelo Diário Oficial da sanção presidencial de uma lei garantindo a retirada da incidência de PIS/Cofins sobre o diesel.

O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, criticou a medida que, segundo ele, visa a "dividir a categoria". 

Bueno, que estava entre os que assinaram o acordo com o governo ontem, disse nesta sexta-feira que "em nenhum momento nenhuma das entidades que participaram desse trabalho se posicionou no sentido de comprometer ou desmobilizar esse movimento”. No dia anterior, ele havia dito à Agência Brasil que "não via necessidade" da continuidade do movimento após o acordo.

Em nota, a Anistia Internacional do Brasil posicionou-se contra o uso das Forças Armadas - convocada  pelo governo para desbloquear as rodovias e reativar o abastecimento  no país - na paralisação dos caminhoneiros.Segundo a organização, este fato "é extremamente preocupante" e pode levar "à uma escalada da violência". 

* Colaborou Marcelo Brandão