Ato da Força Sindical no 1º de Maio pede geração de empregos
O ato da Força Sindical no 1º de Maio, na Praça Campo de Bagatele, na capital paulista, tem como pauta central a criação de empregos. “Tínhamos uma expectativa de que este ano aumentariam os empregos, mas até agora nada. É a nossa principal batalha”, disse Paulo Pereira da Silva, conhecido como Paulinho da Força, presidente da central e deputado federal pelo Solidariedade em São Paulo. Ele lembrou que no primeiro trimestre a taxa de desemprego aumentou para 13,1% no primeiro trimestre, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O ato segue até as 15h.
Paulinho da Força avalia que, entre as medidas necessárias para recuperação do emprego, está o enfrentamento do mercado financeiro. Segundo ele, o mercado de trabalho não está reagindo à queda dos juros.
“A taxa básica de juros, a Selic, hoje é uma das mais baixas da história e isso não significou emprego. Nós temos que enfrentar o sistema financeiro. Não pode uma empresa pegar emprestado R$ 1 milhão e ficar devendo R$ 1,6 milhão. Um trabalhador comprar uma geladeira e ficar devendo o valor de duas. Precisamos enquadrar o sistema financeiro para voltar a ter emprego”, defendeu.
Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, pediu unidade das centrais sindicais na definição de uma pauta que inclua a manutenção da legislação sobre o salário mínimo, a preservação dos direitos dos aposentados e pensionistas com a reforma da Previdência e a revisão da reforma trabalhista. “Nossa ideia é que a reforma trabalhista seja rediscutida no Congresso Nacional. Não é fácil, mas é importante rever porque ela acabou retirando direitos e prejudicando até quem não nasceu, como permitir que mulheres grávidas possam trabalhar em lugares insalubres”, explicou.
Celebração
Tradicionalmente, o evento da Força Sindical promove shows gratuitos com artistas nacionais. Neste ano, se apresentam Maiara e Maraísa, Simone e Simaria, Nego do Borel, entre outros. “É uma questão de estratégia. Se faz algo muito sisudo, só falar de política, só atrai militante. Ao fazer algo assim, com música, outras pessoas vêm e você também discute a questão política”, explicou Juruna. Ele destacou que, além dos shows, foram distribuídos 3 milhões de cupons para o sorteio de 15 carros da marca HB20. A central estima que cerca de 1 milhão de pessoas participam do ato.
Ato unificado
Juruna também representa a Força Sindical no ato unitário das centrais sindicais em Curitiba neste 1° de maio. O local foi escolhido porque é onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso e onde um acampamento de movimentos sociais se mobiliza contra o que eles chamam de “prisão política”.
O mote do evento será “Em defesa dos direitos e por Lula Livre”. Participaram as sete centrais sindicais, além da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical.
As reivindicações das sete centrais sindicais e também das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo incluem a revogação da reforma trabalhista, a posição contrária à reforma da Previdência e a liberdade do ex-presidente Lula.
Dia do Trabalho
À noite, na Praça da República, o ato do Dia do Trabalhador das centrais sindicais e de movimentos populares destacou “a defesa da democracia, dos direitos, empregos, salários e da aposentadoria”.
A defesa da democracia e da liberdade para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também serviu de mote para o evento. Muitos participantes se solidarizaram com os moradores do prédio incendiado no Largo do Paissandu, na madrugada de hoje, e lembraram a necessidade de uma resposta para o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.
Além do ato político, o evento reuniu artistas como Chico César, o grupo Mistura Popular, a rapper Preta Rara, a banda Liniker, os Caramelows, a sambista Leci Brandão e cantores e intérpretes de samba, entre eles Grazzi Brasil e Celsinho Mody, da escola de samba carioca Paraíso do Tuiuti.
Chico César também se solidarizou com as famílias do incêndio na ocupação do Largo Paissandu. “Há um aumento grande da população de rua nas grandes cidades e é muito triste viver num país em que há mais casa sem gente do que gente sem casa. Isso é falta de justiça social”, declarou durante sua apresentação.
*Matéria atualizada às 18h49 para incluir informações sobre o ato à noite na Praça da República.