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Entenda o que é o VAR, sistema que orienta árbitros por vídeo

Aécio Amado - Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 15/06/2018 - 09:26
Brasília
Centro de operações do sistema de arbitragem por vídeo em Moscou, na Rússia
© Yuri Kochetko/EFE/direitos reservados

Na Copa da Rússia, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) implantou um sistema eletrônico de apoio à arbitragem conhecido pela sigla em inglês VAR (Video Assistant Referee). O VAR tem por objetivo ajudar o árbitro central, no campo de jogo, a tomar decisão em lances considerados duvidosos.

O sistema é formado por uma equipe de juízes e ex-juízes de futebol. Eles ficam em uma central de vídeo fora do estádio acompanhando por vários monitores de TV toda partida. A equipe conta também com o auxílio de técnicos em vídeos que escolhem os melhores ângulos do lance duvidoso para o replay da jogada. Em uma das margens do gramado, o juiz principal poderá rever o lance em um monitor de TV e tomar a sua decisão.

De acordo com a Fifa, o VAR poderá ser utilizado somente em lances decisivos do jogo que não ficaram claros para o árbitro e seus assistentes às margens do campo. Por exemplo, para definir se num lance de gol houve alguma irregularidade; para ter convicção na marcação de uma penalidade máxima; e na identificação de um atleta que tenha cometido uma falta grave.

Segundo a entidade, cabe ao árbitro central solicitar a revisão de um lance. Nesse caso, ele coloca uma das mãos sobre o ouvido para indicar que está consultando o VAR. Se ele entender que precisa revisar a jogada que ocasionou a dúvida, ele faz um gesto com as duas mãos desenhando um retângulo. Ele pode definir o lance apenas com as informações dos auxiliares de vídeo ou consultando o monitor à margem do gramado formar a sua convicção do lance.

O ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme,  membro do Comitê de Arbitragem da Fifa, esteve na concentração do Brasil, em Sochi, onde fez palestra para os jogadores da seleção brasileira sobre o árbitro de vídeo
O ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme, membro do Comitê de Arbitragem da Fifa, esteve na concentração do Brasil, em Sochi, onde fez palestra para os jogadores da seleção brasileira sobre o árbitro de vídeo - Direitos reservados/Lucas Figueiredo - CBF

Na primeira partida da Copa do Mundo, entre a Rússia e Arábia Saudita, vencida pela equipe russa por 5 x 0, nessa quinta-feira (14), o juiz central do jogo, o argentino Néstor Pitana, em nenhum momento o VAR precisou ser utilizado. Na quarta-feira (13), o ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme, membro do Comitê de Arbitragem da Fifa, esteve na concentração do Brasil, em Sochi, onde fez palestra para os jogadores da seleção brasileira sobre o árbitro de vídeo.

Futebol Americano

Novidade no futebol, o VAR já é utilizado desde a década de 1980 na NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. Lá, todas as jogadas de pontuação, duvidosas ou não, são revisadas no vídeo. Além disso, os árbitros podem tirar a dúvida em outros lances, como aqueles em que a posse de bola muda de time ou para saberem se a bola tocou ou não o chão antes que um jogador a agarrasse.

O árbitro de vídeo também é acionado quando um dos técnicos desafia uma marcação de campo. Quando acontece a revisão, o árbitro vai para uma pequena cabine na lateral do campo e assiste a jogada. Nesse momento, nenhum jogador se aproxima dele. A torcida também assiste no telão ao replay da jogada. Não são raras as mudanças na marcação de campo.

*Colaborou o repórter Marcelo Brandão