Bope suspende negociação com presos que mantêm agentes reféns no PR
As negociações entre especialistas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e presos da Casa de Custódia de Curitiba (PR) voltaram a ser interrompidas no meio da tarde de hoje (3) e só devem ser retomadas no início da manhã desta quarta-feira (4).
Uma parte dos detentos da Galeria 1 da unidade prisional está amotinada desde a tarde de domingo (1º). Desde o início, os custodiados rebelados mantêm quatro agentes penitenciários como reféns.
Um quinto agente, que chegou a ficar sob o controle dos detentos, foi libertado poucas horas após o início do motim, com ferimentos leves. O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) informou, em nota, que não tem conhecimento sobre outros agentes ou presos feridos.
A rebelião começou quando agentes penitenciários foram rendidos ao fazer a contagem dos presos da Galeria 1. A Seção de Operações Especiais do sistema prisional estadual conseguiu evitar que o tumulto se espalhasse para as outras duas galerias existentes na Casa de Custódia, não conseguindo, no entanto, evitar que os cinco agentes fossem mantidos como reféns.
Inaugurada em 2002, a Casa de Custódia é um estabelecimento penal que o departamento estadual classifica como de segurança máxima. Com capacidade para 500 detentos, abriga a cerca de 600 homens. A estimativa é que pouco menos de um terço dos detentos esteja participando da rebelião.
Evitando fornecer muitos detalhes sobre a situação, o Depen não se pronunciou sobre as declarações de parentes de presos de que a ação dos detentos é um protesto contra a suposta intenção do governo estadual de transferir alguns custodiados para prisões mineiras, onde estariam integrantes de facções rivais.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, unidades penais de todo o estado estão operando em regime especial para redobrar a segurança.