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MP denuncia quadrilha que trazia armas para facção criminosa do Rio

Polícia calcula que quadrilha trouxe mais de mil armas do Sul
Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/09/2018 - 17:19
Rio de Janeiro

A Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Resende, no sul fluminense, denunciou uma organização criminosa responsável pela distribuição de armas de fogo para traficantes da facção criminosa Comando Vermelho e distribuídas em favelas do Rio. Os onze denunciados atuavam de forma sofisticada, adquirindo pistolas e munições em Foz do Iguaçu, no Paraná, e as transportando dentro de televisores até a Baixada Fluminense. A Polícia Civil calcula que a quadrilha trouxe mais de mil armas para abastecer a facção criminosa.

De acordo com a denúncia, o grupo era liderado por Francinei Custódio Medeiros, vulgo Neizinho, principal financiador da compra dos armamentos e responsável pela organização do esquema criminoso. Leonardo Gomes Rangel, vulgo Leo NH, também financiava o grupo e exercia o contato constante com o Comando Vermelho. Abaixo deles estavam os organizadores da logística de aquisição, ocultação e transporte das armas Ingrid da Silva Pereira e Gabriel Tintel dos Santos Silva, vulgo Tintel.

O transporte do armamento era feito primeiro em ônibus até Curitiba, São Paulo e Resende, onde era transferido para automóveis que seguiam para a Baixada Fluminense. Durante todo o trajeto, o grupo mantinha contato constante por aplicativos de celular. A denúncia destaca que o tráfico de armas de fogo, acessórios e munições era realizado praticamente toda semana, o que leva a crer que o número de pistolas levadas para a região metropolitana do Rio atinge a casa dos milhares. Uma dessas equipes de transporte, a equipe alfa, foi presa em flagrante com 40 pistolas, crime já denunciado pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Resende.

Investigação

A investigação teve início por informação da área de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e foi conduzida pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) da Polícia Civil e pela Promotoria de Investigação Penal de Resende, com expedição de mandado de busca e apreensão nas residências de Neizinho. Na casa dele foram apreendidos 280 quilos de maconha, colete balístico, uma pistola e peças de pistola, sendo objeto de denúncia pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Belford Roxo.

Neizinho, atualmente preso, tinha uma residência luxuosa em Belford Roxo, onde exercia suas atividades, e uma cobertura no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Na ação, foram apreendidas motocicletas de luxo Ducati e Triumph e um automóvel Audi Q3. O grupo foi denunciado pelos crimes de tráfico de armas, organização criminosa, obstrução da justiça e lavagem de capitais.

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