Jungmann defende manutenção do Ministério da Segurança Pública
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse, hoje (21), que gostaria que o futuro governo mantivesse o Ministério da Segurança Pública. Criado em 26 de fevereiro, a pasta será extinta por decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que já anunciou que irá fundi-la com o Ministério da Justiça, conforme estrutura existente até nove meses atrás.
“Isto aqui é um pouco como um filho de toda a equipe. Evidentemente, gostaríamos que [o ministério] continuasse [existindo]. Até porque, temos resultados que, no nosso modo de entender, são muito positivos”, disse Jungmann ao apresentar a jornalistas um balanço das realizações ministeriais ao longo dos últimos nove meses.
Entre os avanços celebrados, a redução de 12,4% no número de mortes violentas durante os nove primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado; a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp); a aprovação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e a maior integração entre as forças de segurança pública federal e estaduais.
Extraoficial, a queda na quantidade de mortes violentas entre janeiro e setembro deste ano foi apurada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da Universidade de São Paulo (USP), a pedido portal do G1.
De acordo com a apuração, cuja divulgação foi comemorada por Jungmann, o número de homicídios caiu mês a mês durante os nove primeiros meses de 2018, baixando de um total de 44 mil mortes violentas registradas no mesmo período de 2017, para 39 mil ocorrências. Em 2017, no entanto, o total de homicídios ultrapassou as 63 mil ocorrências.
“Não resta a menor sombra de dúvida de que está dado o caminho [a ser seguido]”, comentou Jungmann ao atribuir a melhora no índice de violência à maior integração entre as forças federal e estaduais e ao empenho dos estados. “A segurança pública, no Brasil, nunca teve um rumo e uma responsabilidade assumida pelo governo federal. O presidente Temer teve essa coragem, tomou essa decisão e, hoje, a segurança pública tem política, estrutura, sistema unificado, tem rumo e apresenta resultados”, acrescentou o ministro.
Para Jungmann, os resultados apresentados pelo Ministério da Segurança Pública sugerem que “talvez fosse melhor” para o país contar com uma estrutura “focada” no tema do que concentrar tantas atribuições em uma única pasta. “Não é um equívoco, mas, pelos resultados apresentados, se continuássemos focados, talvez fosse melhor. Agora, essa é uma decisão do governo democraticamente eleito, e desejo ao meu sucessor a melhor sorte possível”, disse Jungmann, desejando sorte a Sergio Moro, indicado pelo presidente eleito para assumir o Ministério da Justiça.
“Acredito que o juiz Sergio Moro tem capacidades administrativa e intelectual, uma extraordinária biografia, e conhece bem o tema. Pode ser que ele supere tudo isso, ou seja, a fusão dos ministérios [da Justiça e da Segurança Pública], e, ao fim, tenha, inclusive, mais a entregar a brasileiros e brasileiras”, finalizou Jungmann, aventando a hipótese de deixar a vida pública. “Passarei os próximos seis meses de quarentena e, depois, vou pensar no que fazer da vida. Acho que vou para o setor privado. Já são 30 anos de setor público. Chega.”