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Educação

Feiras em São Paulo oferecem oportunidades de intercâmbio no exterior

Elaine Patrícia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 16/03/2019 - 18:53
São Paulo

Quatro feiras de intercâmbio são realizadas neste final de semana em São Paulo. Uma delas é a Eduexpo, considerada a maior feira de intercâmbio do mundo. A EduExpo ocorre hoje (16) e amanhã (17) no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca.

A Eduexpo deste ano conta com mais de 70 expositores, que oferecem oportunidades para aprender um novo idioma, concluir o ensino médio em outro país ou cursar graduação. O destaque é para o Canadá, que tem um pavilhão exclusivo no local, com muitas ofertas de intercâmbio em universidades e escolas canadenses. A expectativa dos organizadores é que mais de 6 mil pessoas passem pelo local até amanhã.

“A Eduexpo acontece em mais de 30 países e, aqui, um estudante interessado em fazer um curso no exterior pode pegar todas as informações que precisa para o seu intercâmbio”, disse Leticia Piatti, diretora da feira. A Eduexpo, explicou, atende a estudantes de high school [ensino médio no exterior], graduação, pós-graduação, MBA e cursos de curta duração. “E os brasileiros estão entre os que mais viajam para intercâmbio”, ressaltou Letícia em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ela, muitos brasileiros buscam intercâmbios para aprender ou aprimorar o estudo em outra língua ou para melhorar o currículo. “A gente envia muita gente para o curso de línguas, que é um dos mais flexíveis, onde você consegue ver quantas semanas pode ir, às vezes nas férias. E depois da crise aqui [no Brasil], muita gente ficou desempregada e foi melhorar um pouco o currículo”. E não são apenas os jovens que buscam o intercâmbio. “Tem crescido bastante o número de pessoas mais experientes buscando intercâmbio, porque não conseguiram ir antes, quando eram adolescentes, e agora, aposentados, têm oportunidade de ir”, disse Leticia.

Os destinos mais buscados pelos brasileiros são a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Irlanda. “A Austrália, por exemplo, é muito buscada por causa do clima parecido com o do Brasil. No Canadá, a moeda favorece, e o governo de lá é muito receptivo com estrangeiros”, acrescentou.

Oportunidades

Para conseguir um intercâmbio, o estudante precisa, segundo Leticia, pesquisar bastante. “Há muitas oportunidades no mercado. Então, quanto mais ele pesquisar, mais conseguirá ver o perfil que está querendo, o que se encaixa melhor dentro desse perfil. Um mês de um curso de línguas na Nova Zelândia sai por cerca de R$ 6 mil, com acomodação e café da manhã. Então, não é nada absurdo”. Também é preciso observar se o país exige visto de entrada e que trâmites são necessários.

Alguns países, por exemplo, ainda oferecem oportunidade de trabalho para intercambistas. “A Irlanda possibilita trabalho. O Canadá permite trabalhar, mas para quem faz curso superior, ou seja, quem faz graduação ou pós-graduação, há o direito de trabalhar 20 horas semanais e, depois, poderia ficar mais dois anos”, informou Letícia.

Candidatos

A estudante Michelle Santos, 22 anos, que faz graduação na área de ciências contábeis, visitou a feira neste sábado. Seu principal interesse é por destinos como Malta, para fazer um curso de línguas, ou Irlanda, para uma pós-graduação. “Vim aqui para tirar dúvidas e saber qual o melhor lugar para ir”, disse. “Busco aprimoramento pessoal e profissional”.

“Malta [me atrai] por ser praia, um país tropical. A Irlanda seria para fazer pós-graduação porque minha área vem crescendo bastante, principalmente lá”. Michele considerou os cursos um pouco caros, por isso está pesquisando aqueles que oferecem bolsas. “Entrei em vários sites e estou buscando bolsas. Inclusive, nas palestras, elas [as palestrantes] falaram sobre isso. Mas como é para o final do ano que vem, ainda estou vendo essa questão de juntar dinheiro. Em Malta, os cursos[de idioma] estão variando de R$ 3 mil a R$ 6 mil”.

O estudante e militar Felipe Palma da Silva, 25 anos, busca oportunidade de fazer pós-graduação no exterior, na área de relações internacionais ou economia. “Na área em que atuo e estou estudando aqui no Brasil, que é comércio exterior, é essencial o uso da língua inglesa. Então, além do desenvolvimento da língua inglesa, gostaria de fazer o curso de pós no exterior e voltar para o Brasil com uma bagagem bacana para galgar postos maiores”.

Entre os locais buscados por Silva como destino para o intercâmbio estão os Estados Unidos, o Canadá e a Irlanda. “Eles me atraem porque muitos brasileiros vão para lá e as escolas são referências no mundo inteiro”, ressaltou.

“O investimento é o ponto principal. Ainda não sei ao certo o que vou fazer. Estou juntando dinheiro para viabilizar esse estudo e procurando [na feira] oportunidades de estudo e de trabalho, como uma pós-graduação que me ofereça, por exemplo, uma bolsa ou um trabalho em que possa me manter lá”, acrescentou.

Outras feiras

Além da Eduexpo, também está sendo realizada a 24ª edição do Salão do Estudante que, além de São Paulo, ocorre em mais seis capitais do país. A expectativa é que mais de 30 mil pessoas passem pelo evento. Neste ano, o Salão tem os Estados Unidos como país de honra, com um pavilhão especial que inclui dezenas de instituições americanas e representantes da Embaixada dos Estados Unidos. O Salão do Estudante é no Centro de Eventos do Colégio São Luís, na região da Avenida Paulista.

A Feira de Intercâmbio Teen ocorre apenas neste sábado. Especializada em intercâmbio e viagem para estudantes de 7 a 17 anos, é realizada no Hotel Tivoli Mofarrej, na Alameda Santos.

São Paulo também recebe a E-Dublin XP, voltada para intercâmbios na Irlanda. A terceira edição do E-Dublin XP marca o St. Patrick's Day, feriado mais emblemático da Irlanda, e oferece atividades, palestras para quem pretende trabalhar no exterior ou pensa em fazer intercâmbio ou estudar, além de outros temas relacionados à vida no país. O evento ocorre no Centro de Convenções do Senac Santo Amaro.

Segundo a Pesquisa Selo Belta, divulgada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio no início do ano passado, o mercado brasileiro de educação estrangeira cresceu 23% em 2017, alcançando a marca de 302 mil estudantes. De acordo com a pesquisa, o brasileiro movimentou entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões em programas educacionais no ano passado.

O levantamento mostra ainda que os cursos de idiomas continuam sendo o programa mais procurado por brasileiros no exterior, seguidos por ensino com trabalho temporário e pacotes de férias para adolescentes. A maior busca é pelo Canadá. Quase um em cada quatro estudantes têm o Canadá como destino (23%). Depois vêm os Estados Unidos (21,6%), o Reino Unido (10,2%), a Nova Zelândia (6,9%) e Irlanda (6,5%). No total, 39 destinos apareceram como opções dos brasileiros.