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Investigações sobre morte de pastor Anderson continuam

Delegada diz que outros membros da família serão investigados
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/08/2019 - 14:58
Rio de Janeiro
 A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), fala à imprensa, sobre o fim da primeira fase da investigação da morte do pastor Anderson do Carmo de Souza, marido da deputada federal Flordelis
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Apesar da conclusão do inquérito policial, não terminaram as investigações para apurar o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza, marido da deputada federal Flordelis dos Santos (PDS-RJ). O inquérito inicial foi entregue ontem (15) ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pede o indiciamento de Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza, ambos filhos do casal, por homicídio qualificado, já que impossibilitou a defesa da vítima, e por motivação torpe. 

Hoje (15), em coletiva de imprensa, a delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, disse que o encerramento da primeira parte da investigação ocorreu apenas por uma questão processual, pois o prazo da prisão provisória dos dois venceu. O crime ocorreu no dia 16 de junho e Flávio e Lucas foram presos no dia 20 de junho. 

“Nós precisamos concluir o inquérito policial porque entendemos que eles precisam continuar custodiados em caráter cautelar. Esse foi o pedido da Polícia Civil ao judiciário, a prisão preventiva deles foi pedida, porque entendemos que há razões, os pressupostos legais estão presentes para que eles continuem presos preventivamente. Isso nos fez ter que encerrar este inquérito policial”. 

Outro inquérito foi instaurado para continuar as investigações. Segundo a delegada, há indicações de que outras pessoas podem ter participado do crime. “A motivação não é individual do Lucas e do Flávio, é uma motivação global, principal, final do crime, que é de quem tinha interesse no homicídio além dos indiciados iniciais. O que há nesta altura da investigação é que a motivação seria por razões financeiras de administração de bens. Essa seria uma das linhas”. 

Bárbara informa que outras pessoas que fazem parte do contexto do crime podem ser investigadas, inclusive a deputada. “Há fatos a serem elucidados ainda. A deputada Flordelis faz parte da família, o crime foi cometido no âmbito familiar, então eu não vou dizer que ela já é investigada, mas há uma possibilidade de outras pessoas da família serem investigadas. Não podemos descartar a deputada Flordelis, mas não significa que já há provas”. 

De acordo com a delegada, o indiciamento ocorreu com base em provas e na confissão dos envolvidos. “A arma do crime, comprovada por exame pericial, foi encontrada dentro do quarto do Flávio. Havia um pelo preso ao cano da arma e a perícia forense comprovou que é do Flávio. O Flávio confessou que efetuou os disparos contra a vítima com aquela arma e o Lucas confessou que fez os contatos para o fornecimento da arma de fogo utilizada no crime, sabendo da intenção do Flávio de matar a vítima”. 

Segundo Bárbara Lomba, pessoas ouvidas na investigação falaram de desavenças na família e Flávio mencionou uma “raiva genérica” por algo que ele possa ter sabido, mas que não se comprovou. “O Flávio relata informalmente, nós notamos que há problemas de relacionamento dentro da família”. 

A polícia ainda não decidiu se será feita uma reconstituição do crime.