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Polícia encontra cemitério clandestino em Queimados, no Rio

Milícia é suspeita de usar a área para ocultar corpos de vítimas
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/08/2019 - 17:16
Rio de Janeiro
Polícia Civil
© Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil

A Polícia Civil localizou hoje (22) mais um cemitério clandestino, durante ação de policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, no bairro Parque Sarandi, em Queimados.

Os agentes encontraram três corpos e uma motocicleta enterrados no local. De acordo com a polícia, o cemitério é suspeito de ser utilizado para ocultar corpos de vítimas da milícia conhecida como Caçadores de Gansos, que atua na região.

Os corpos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação e perícia técnica. A Polícia Civil e o Ministério Público investigam homicídios relacionados às vítimas encontradas no local.

Os agentes chegaram até o cemitério com base em denúncia anônima de que a localidade seria usada pela milícia Caçadores de Gansos. Um dos líderes é Carlos Luciano Soares da Silva, o Macaco Louco, que está foragido e indiciado em diversos inquéritos por crimes de homicídio.

Prisão

A milícia Caçadores de Ganso era comandada pelo vereador do município de Queimados Davi Brasil Caetano (Avante). De acordo com o Ministério Público estadual, o parlamentar, preso no dia 18 do mês passado, também é policial militar reformado, e foi investigado em 2017 pelo Ministério Público. Atualmente exercia o papel de liderança do grupo. Ele fazia a coordenação de todos os outros  integrantes, inclusive foi responsável por expandir essa milícia que começou no condomínio Ulysses Guimarães.

A promotora de Justiça Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse que Davi é apontado como líder da milícia conhecida como Caçadores de Ganso. Ele é acusado de vários homicídios e responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, além da venda de botijões de gás e de água mineral.

A promotora relatou que qualquer morador da área que fosse fazer churrasco era obrigado a comprar a carne, linguiça, asa de frango e carvão com a milícia, o chamado “kit churrasco”.