Reabertura de restaurantes do Rio será lenta e difícil, diz sindicato
A reabertura dos bares e restaurantes do Rio de Janeiro será lenta e gradual, devido à crise financeira enfrentada pelos comerciantes do setor nos próximos seis meses. O alerta é do presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio(SindRio), Fernando Blower. Segundo ele, desde o início do isolamento social pelo menos mil bares e restaurantes já faliram na capital fluminense, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus. A estimativa representa cerca de 10% do setor e causou a demissão de 20 mil pessoas.
“O próximo semestre será de muito desafio e a retomada, lenta. Nosso estoque, que envolve alimentos, é perecível e tivemos de fechar as portas de uma hora para outra. Ninguém achou que iria durar tanto tempo, mas já estamos entrando no terceiro mês. Perdemos muito dinheiro por conta dos alimentos que estragaram e agora precisamos de mais recursos para voltar a operar”, explicou Blower.
O presidente do SindRio disse que a dificuldade dos microempreendedores é ainda maior, porque muitas empresas operam pelo sistema Simples e já sofriam com a crise financeira dos últimos três anos. “Setenta e cinco por cento das empresas estão registradas no Simples e são pequenas, ou seja, passam por um momento delicado. Foram R$ 9 milhões em PIB [Produto Interno Bruto] na cidade no ano de 2019 e o dinheiro deixou de circular. Nosso papel agora é tentar atenuar esses impactos. Algumas empresas nem vão reabrir e, acima de tudo isso, vidas foram perdidas,” disse.
Liberação de crédito
A Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia informou que as micro e pequenas empresas devem ter acesso ao crédito por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) na semana que vem. A secretaria informou que os bancos estão fazendo ajustes nos sistemas para começarem a ofertar o recurso.
Com relação à liberação desse benefício, Blower observou que é preciso haver uma política consistente. “Não adianta desenhar um cenário que não existe. Espero que não haja análise de crédito, por exemplo, porque está todo mundo com problema financeiro”, avaliou.
Distanciamento
Fernando Blower disse que uma das medidas a ser adotada é o distanciamento mínimo de um metro e meio entre as mesas. “Mas cada mesa pode ter sim de seis a oito pessoas. Principalmente, se formos pensar que esses clientes já chegam juntos, ou seja, já estavam em contato antes”, observou o presidente do SindRio.