Rio inicia amanhã Fase 6A do Plano de Retomada das Atividades

A Fase 6B está prevista para o dia 1º de outubro

Publicado em 31/08/2020 - 15:20 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O município do Rio de Janeiro vai passar amanhã (1º) para a Fase 6A do Plano de Retomada das Atividades Econômicas. A Prefeitura do Rio decidiu separar em A e B as próximas fases de abertura econômica. Não é a primeira vez em que há divisão das etapas. Já tinha ocorrido na Fase 3, e o motivo é que nessas duas fases estão concentrados um número maior de atividades, que, na análise da administração municipal, poderiam provocar um impacto maior nas curvas de contaminação. A Fase 6B está prevista para o dia 1º de outubro.

A série de fases no Plano de Retomada das Atividades Econômicas termina com a 6B. A partir daí, a prefeitura decidiu que começará, em princípio no dia 1º de novembro, o período conservador, que vai seguir até o ano que vem, quando espera já existir a vacina contra a covid-19 ou uma situação de maior equilíbrio em relação à doença.

Nessa etapa, a mudança das fases terá um período de avaliação mais extenso, por concentrar um número maior de liberações que precisam ser acompanhadas por mais tempo, por isso, será de 30 dias e não mais de 15 dias como vinha sendo até então.

Museus e parques

museu de arte moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - Divulgação/Riotur

Na Fase 6A fica liberado o funcionamento dos museus, galerias de arte e de exposição, bibliotecas, parques de diversão e centro culturais, desde que mantenham as regras de ouro para impedir a propagação da covid-19, como evitar aglomeração, garantir a higienização, o uso de máscaras e álcool em gel.

Na área de educação, podem voltar presencialmente os cursos de profissionalização e capacitação, que segundo a Superintendência de Inovação, Pesquisa e Educação da Subsecretaria de Vigilância Sanitária do município, são oferecidos por empresas ou por instituições com intuito de preparar os profissionais de determinadas atividades. Já para as creches, como ainda há uma contestação jurídica, fica mantida a suspensão.

A prefeitura permitiu ainda o funcionamento das casas de festas infantis, com restrição de um terço da capacidade. A justificativa para a liberação é que esses locais têm um número menor de frequentadores, ao contrário das casas de festas para adultos, que continuam com o acesso proibido e vão ficar para a fase posterior. Também foram reabertos os espaços kids (para crianças) dos shoppings. Como critério de segurança, esses estabelecimentos terão que afixar na entrada qual é a sua capacidade e qual a limitação naquele dia de acordo com o critério de um terço.

Para os bares, lanchonetes e restaurantes não houve alteração e continua permitido o funcionamento sem música ao vivo e mantida a estrutura dos quatro micropolos, nas áreas de maior concentração de frequentadores. 

O comércio permanece com o horário de funcionamento depois de 11h e nos fins de semana com início às 9h. Os ambulantes também continuam podendo trabalhar e os salões de beleza somente com os agendamentos, assim como academias, sendo que as aulas de hidroginásticas ainda estão suspensas, uma vez que o público predominante é de gestantes e idosos.

Na área de saúde, os atendimentos eletivos foram retomados e a previsão é de que as cirurgias de cataratas voltem agora em setembro. Ainda não foi dessa vez que foram liberados os cinemas, teatros e arenas culturais.

Parâmetros

A prefeitura informou que houve uma série de reuniões desde a semana passada entre a equipe da prefeitura e o comitê científico para definir essa nova etapa. Foram analisados os dados sobre o número de óbitos e de ocupação nos hospitais. 

A prefeitura reconheceu que houve a alta de casos que vem sendo registrada pela imprensa, mas afirmou que esse crescimento foi causado pela mudança de metodologia de inclusão do Ministério da Saúde, que fez com que dos aproximadamente 1 mil óbitos inconclusivos, pelo menos 700 fossem colocados como confirmados. Se incluem aí também os parâmetros como diagnósticos por imagem sem exame positivo e outros critérios como pessoas da mesma família com resultado positivo, que passaram a ser considerados como caso da doença.

Ainda conforme a Superintendência de Inovação, Pesquisa e Educação a interpretação desses dados levou à conclusão de que a capital ainda se encontra em nível de estabilidade quanto ao número de óbitos. Os indicadores de síndrome gripal e de internações, que, segundo a superintendência, tiveram discreto aumento, também estão sendo avaliados, mas podem ser absorvidos pelo sistema de saúde do município. A superintendência reforçou que a rede está preparada para permitir a retomada das atividades econômicas.

Preocupação

Banhistas enchem praia em domingo de temperatura acima de 30º no Rio de Janeiro
Banhistas enchem praia em domingo de temperatura acima de 30º no Rio de Janeiro - Fernando Frazão/Agência Brasil

A prefeitura reconheceu que as praias e os bares têm sido um problema para a fiscalização, e a aglomeração de frequentadores nesses locais preocupa. Neste fim de semana praias das zonas sul e oeste tiveram grande concentração de banhistas e de desrespeito às regras de proteção para evitar a propagação da doença. 

Apesar da permanência na areia não estar liberada pela prefeitura, muita gente não levou em consideração e o que se viu foram muitas barracas, venda de bebida alcoólica pelos ambulantes e falta de uso de máscaras, além de jogos como a altinha. Tudo isso está proibido.

O município reiterou o pedido de colaboração por parte da população e reafirmou que ainda não é hora para essas aglomerações, porque a doença não foi superada. A Secretaria municipal de Saúde alertou que esse movimento pode provocar o aumento de vítimas e de internações pela covid-19. A prefeitura quer evitar que o patamar da doença na capital volte ao de maio, quando chegaram a ser realizados 10 mil sepultamentos, o que nunca tinha ocorrido no Rio de Janeiro. A intenção é deixar no passado esse momento classificado pelo município como de "desesperança".

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Edição: Fernando Fraga

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