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SP: exposição permite interação do público com artistas conceituados

Mostra Arte é Bom está no Museu da Imagem e do Som
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/10/2022 - 17:14
São Paulo
Arte é bom
© Divulgação/Emmanuel Nassar

A arte como uma grande brincadeira. Essa é a proposta da nova exposição em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), na capital paulista, que permite que o visitante possa tocar, experimentar e brincar com todas as obras.

A ideia é que o público possa interagir com os objetos de arte, instigando sua criatividade e dando novos sentidos aos trabalhos produzidos por conceituados artistas brasileiros como Regina Silveira, Beatriz Milhazes, Denilson Baniwa, Ernesto Neto, Guto Lacaz, Hélio Oiticica, Lenora de Barros e Lygia Clark, entre outros.

“A gente realmente acredita no poder de transformação da arte”, disse Têra Queiroz, uma das curadoras da mostra Arte é Bom, que tem início hoje (6) e dura até o dia 11 de dezembro.

“É uma exposição para ser tocada, mexida, vivida, enfim, é para as pessoas se relacionarem assim como as crianças se relacionam com tudo”, acrescentou Daniela Thomas, que também assina a curadoria da mostra.

A visita começa do lado de fora do MIS onde se encontram as obras Múltiplas Infâncias, de Rommulo Vieira Conceição, e Risadas Cósmicas, do artista Marcos Chaves. Essa última é representada por um imenso meteorito, de onde saem diversas gargalhadas.

Do lado de dentro, mas ainda no térreo, o percurso se inicia com a divertida obra Giroscópio, de Artur Lescher, parecida com o gira gira dos parquinhos infantis. É ela que vai dar as boas-vindas ao visitante, antes dele poder se vestir com as obras em crochê de Ernesto Neto ou colocar as máscaras ou os óculos diferentes criados por Lygia Clark – e em que você se depara com os próprios olhos refletidos no espelho.

O maior espaço da mostra, uma sala circular, foi dedicada ao trabalho de Regina Silveira. É lá que o público irá se deparar com insetos gigantes projetados no piso e nas paredes, que reagem ao movimento dos visitantes. “São insetos gigantados, projetados por cinco câmeras que reagem ao movimento do usuário que está dentro da sala. Eles desaparecem quando pisados e pipocam nas paredes. Ao pipocar nas paredes, eles provocam a multiplicação da trilha sonora. E isso fica bastante intolerável, mas essa é a ideia”, disse a artista, em entrevista à Agência Brasil.

Já Elevador, da artista Marcia Xavier, pretende levar o visitante a ter refletida sua imagem sobre os rios de São Paulo. “É uma cabine forrada de espelhos no chão e nas paredes e, no teto, temos uma imagem aérea de São Paulo onde vemos o encontro das águas do Rio Pinheiros com o Rio Tietê. Esse lugar é chamado de Cebolão, porque foram criados viadutos para a gente trafegar entre os rios. Peguei essa imagem aérea e transformei em preto e branco e, depois, vermelho, para transformar rios e ruas em sangues e veias”, explicou a artista à reportagem. A ideia da obra, disse Marcia Xavier, é discutir o quanto deixamos de cuidar de um bem tão precioso à vida, como são os rios e as águas. “Esse trabalho nos faz pensar sobre essas águas”, falou ela.

No segundo andar, o visitante pode tentar equilibrar objetos com imãs ou ainda fazer sua própria pintura na parede. Aqui está também a obra 360, de Arnaldo Antunes, na qual o visitante vai se deparar com uma porta presa a um eixo central: quem tenta abrir a porta acaba dando uma volta em torno do objeto, sem conseguir atravessá-la.

“É importante ter uma exposição inteira aberta para manipulação porque acho que a gente consegue entrar mais dentro das crianças. Não ficamos só num embate, arte num lugar e criança em outro. Aqui a gente funde. Se a criança incorpora aquilo acaba virando um produto de transformação”, disse Marcia Xavier.

Além das obras, o MIS-SP irá promover oficinas, performances e visitantes guiadas à exposição. A programação completa, além de detalhes sobre a exposição, horários e ingressos podem ser obtidas no site. Às terças-feiras, o museu tem entrada gratuita.