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Onça-parda é registrada pela primeira vez na Ilha Grande, no Rio

Presença do animal indica boa conservação da área protegida
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 01/12/2022 - 16:26
Rio de Janeiro
ONÇA PARDA É REGISTRADA PELA PRIMEIRA VEZ NO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE
© Divulgação/Ceads Uerj

Após relatos de moradores e pescadores da existência de uma onça-parda no Parque Estadual da Ilha Grande, na Costa Verde fluminense, o animal foi registrado pela primeira vez no fim de novembro por meio de uma das armadilhas fotográficas colocadas nas trilhas do parque.

A captura das imagens foi feita pela professora Lena Geise, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e seus alunos nas atividades de campo da disciplina Biologia e Conservação de Mamíferos do curso de graduação em Ciências Biológicas.

“Tivemos sorte de fazer o registro com apenas seis armadilhas fotográficas em três noites. É uma espécie muito arisca que não tem uma trilha fixa, fica vagueando”, disse a professora.

Lena explicou que a onça-parda é um felino no topo da cadeia alimentar que se alimenta de tatus, pacas, cotias, quatis. “Então a confirmação da presença do animal indica o bom estado de preservação da área protegida de Mata Atlântica da Ilha Grande”, afirmou a pesquisadora.

A unidade de conservação da Ilha Grande é administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). “Registros como esse nos deixam muito animados, pois indicam que nosso trabalho de conservação do local está no caminho certo. Esta é uma espécie protegida por lei e ver a nossa biodiversidade saudável e ocupando o seu espaço de direito, é motivo de muita alegria e orgulho para nós”, disse, em nota, o presidente do Inea, Philipe Campello.

Também conhecida como Suçuarana e Leão-baio, a onça-parda alimenta-se de animais silvestres de portes variados e exerce papel vital na manutenção da integridade dos ecossistemas onde é encontrada. Segundo o Inea, a espécie está na lista das ameaçadas de extinção e tem capacidade de adaptação a vários tipos de ambientes, de desertos quentes aos altiplanos andinos, com maior atividade ao entardecer e à noite.

De acordo com o Inea, a presença da espécie na Ilha Grande não apresenta ameaça para a população, pois é um animal arisco que foge do contato humano. “É um animal que, ao ser avistado, devemos manter distância, mas não há nada a temer. Este registro vem para reforçar a importância de um ambiente bem preservado”, afirmou o gerente de Fauna do Inea, Marcelo Cupello.