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Exposição gratuita no Rio mostra ao público conexão pelos fungos

Mostra inédita Simbiose pode ser vista no Centro Cultural Oi Futuro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 08/02/2023 - 07:54
Rio de Janeiro
Exposição mostra ao público conexão pelos fungos
© João Brasil/Deeplab

A partir de hoje (8), até o dia 26 de março, o Centro Cultural Oi Futuro apresenta a exposição inédita Simbiose – A conexão pelos fungos, com entrada franca sem agendamento e classificação livre. A mostra foi criada pela Deeplab Project, estúdio que integra design e tecnologia para criar experiências, e tem curadoria de Eduardo Carvalho. De acordo com os organizadores, a exposição apresenta ao público, de maneira lúdica e pouco conhecida, a imensidão do universo dos fungos.

Os fungos são organismos heterótrofos, isto é, que não produzem o próprio alimento. Eles dependem da ingestão de matéria orgânica, viva ou morta, para sobreviver. O diretor da Deeplab, Felipe Reif, esclareceu que a “Simbiose é um pequeno recorte sobre essa vastidão que é o universo dos fungos. Ao produzirmos conteúdos como o apresentado na mostra, reforçamos nossa missão sobre o uso do digital e do analógico para entreter e compartilhar conhecimento, abordando temas ligados à ciência e ao meio ambiente”.

Exposição mostra ao público conexão pelos fungos
Exposição mostra ao público conexão pelos fungos - João Brasil/Deeplab

Logo na chegada, os visitantes encontram um vídeo narrado pelo ator Eriberto Leão. Em seguida, a mostra apresenta dois grandes temas: O que fazem os fungos e O que fazemos com o fungo. O primeiro traz uma projeção mapeada de oito metros de extensão. Com uso de imagens reais de crescimento fúngico, sons e cores que remetem à diversidade de espécies existentes, o visitante vai desvendando um pouco dessa complexa rede que funciona como um biocomputador, ou seja, uma imensa internet que codifica dados orgânicos.

Árvore da Conexão

Exposição mostra ao público conexão pelos fungos
Luzes guiam o visitante à instalação central - João Brasil/Deeplab

Ao final da projeção, as luzes guiam o visitante à instalação central, que é a Árvore da Conexão entre Natureza e Mente, onde é apresentada uma espécie de dança de luzes em alusão à rede de comunicação fúngica, que se espalha do solo para o todo. As luzes remetem também às sinapses, em referência à revolução científica que tem descoberto a função terapêutica dos cogumelos para o tratamento de doenças como a ansiedade e a depressão.

Em seguida, o visitante recebe informações sobre as pesquisas relacionadas ao uso terapêutico dos fungos e seu diálogo com os saberes tradicionais indígenas com a descoberta da psilocibina, principal componente dos cogumelos psicoativos. Ensaios clínicos recentes mostram que o uso da substância é capaz de aliviar depressão e ansiedade graves, demonstrando o imenso potencial que esse universo oferece à humanidade. Mas há ainda um longo caminho a ser percorrido, sinalizam especialistas.

O Centro Cultural Oi Futuro está localizado na Rua Dois de Dezembro, 63, no Flamengo, zona sul do Rio.

Origem

O curador da exposição, Eduardo Carvalho, diz que a ideia veio de uma experiência com fungos bioluminescentes em uma caminhada noturna na Amazônia. "Naquele momento, era como se eu tivesse visto estrelas no chão, ao ver um fungo brilhar no meio da escuridão". Segundo ele, o Brasil tem sido pioneiro em pesquisas sobre o tema. 

Carvalho conta que na preparação para a mostra, a cada leitura, cada pessoa que ouvia, ele descobria que o universo dos fungos é gigantesco, e que pode beneficiar o ser humano de muitas formas, como biotecnologia, alimentação, moda. "Um dos pontos altos é, claro, o uso terapêutico, em razão da psilocibina, substância encontrada em cogumelos psicodélicos e que tem alcançado resultados extraordinários para a cura de doenças como depressão e ansiedade".